São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 2011

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Casa apostou em rigor na seleção de seus autores

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

A Gallimard surgiu em 1911, a partir da criação de uma revista, a "Nouvelle Revue Française", por um grupo de escritores amigos (que incluia André Gide e Jacques Rivière).
A ideia inicial era apenas viabilizar a publicação do veículo e, em um segundo momento, também levar ao mercado obras assinadas pelos escritores.
Sem muito talento para os negócios, Gide e seus colegas resolveram se associar a Gaston Gallimard, um jovem de espírito empreendedor, nascido em família abastada e grande colecionadora de obras de arte.
Embora sem muitas ambições no princípio, a empresa foi crescendo rapidamente a partir de 1919, quando Gaston começou a impor sua política editorial, marcada por dois pilares: rigor na escolha dos autores (um comitê estava de olho nos jovens mais promissores) e diversificação das atividades da empresa (como a criação de uma livraria e de várias coleções de características distintas) para garantir rentabilidade.
Na década de 20, a Gallimard já possuía um dos melhores elencos da literatura francesa.
A partir dos anos 30, iniciou uma série de lançamentos de coleções bem-sucedidas, a célebre "Éditions de la Pléiade".
Ter um livro editado por ela era (e ainda é) um reconhecimento que só tinha rival em premiações como o Prix Goncourt ou o próprio Nobel de literatura.
A partir dos anos 70, a editora passou a figurar mais esporadicamente entre os premiados anuais (na década de 50, teve sete vencedores do Prix Goncourt; nos anos 80, apenas um).
Ainda é a mais prestigiada entre as editoras, embora tenha aberto espaço a autores mais comerciais nos anos 90, como a britânica J.K. Rowling, autora da série "Harry Potter".
Em termos econômicos, é a terceira editora que mais fatura na França (atrás da Hachette e da arquirrival, Flammarion). (BG)


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