São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros PAINEL DAS LETRAS JOSÉLIA AGUIAR - joselia.aguiar@grupofolha.com.br Febre de juventude Qual será o próximo "Harry Potter", o novo "Crepúsculo"? O sucesso de livros para adolescentes levou editoras brasileiras a criar departamentos só dedicados a eles. Os mais vendidos nas bienais são quase sempre para esse público. Na Objetiva, a nova aposta é "Destino", de Ally Condie, que sai em abril, com divulgação concentrada na internet. A Planeta, que acaba de trocar seu comando editorial, conta que vai investir mais no segmento. A Record continuará a lançar séries como "Diários do Vampiro". A Cosac Naify, que surgiu como editora de livros de arte, tem hoje mais de 30% de seu catálogo constituído por infantojuvenis, alguns premiados lá fora. Resta saber se só adolescentes leem as obras ditas juvenis. // CAIO PRADO JR. REEDITADO A obra do autor clássico da historiografia brasileira será reeditada pela Companhia das Letras. "Formação do Brasil Contemporâneo" será a primeira a sair, em agosto. Na sequência, há "A Revolução Brasileira", "A Questão Agrária no Brasil" e "Essencial Caio Prado Jr.", este em parceria com a Penguin, que incluirá material inédito, entre os quais parte de seus diários políticos. "A vinda para cá é uma homenagem a ele, com quem convivi pouco, mas numa época importante, quando minha história como editor se iniciava", diz Luiz Schwarcz, dono da Companhia das Letras. Schwarcz trabalhou na década de 1980 na Brasiliense, então dirigida por Caio Graco, filho de Prado Jr. // MILTON HATOUM NAS TELAS A novela "Órfãos do Eldorado" deve ser adaptada para o cinema por Guilherme Coelho (do documentário "Fala Tu"). É o terceiro livro do escritor amazonense a interessar a diretores. O romance "Dois Irmãos" começou a ser adaptado por Luiz Fernando Carvalho (de "Lavoura Arcaica"), ainda sem data para gravar. "Não devemos correr com o andor, pois, como diz o poeta, a pressa aniquila o verso", diz Carvalho. "Relato de um Certo Oriente" será filmado por Marcelo Gomes (de "Cinema, Aspirinas e Urubus"), que também prepara o roteiro. Até julho, Hatoum deve concluir o próximo romance. O cenário é diferente dos anteriores: a história se passa em Paris, entre as décadas de 1970 e 1980. A era das revoluções 1 A LeYa Brasil comprou os direitos de "A Era da Ilusão", de Mohamed ElBaradei, uma das principais vozes da oposição do Egito, cuja revolução derrubou há duas semanas a ditadura de três décadas. No livro, que sai em junho, o diplomata conta sua experiência como diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) que o levou a receber, em 2005, o Nobel da Paz. A era das revoluções 2 Dois livros de Karl Marx sobre episódios pós-Revolução Francesa saem pela Boitempo nos próximos meses. "A Guerra Civil na França", sobre a Comuna de Paris (1871), terá primeira tradução por aqui. Outro clássico do autor, "O 18 de Brumário" será traduzido pela primeira vez diretamente do alemão. Empréstimo digital E-books começam a ser emprestados nos EUA e no Canadá. A Amazon e a Barnes & Noble foram as primeiras redes de livrarias a incentivar a existência de clubes de leitores feitos para isso. Agora, a Open Library, grupo com mais de 150 bibliotecas, anuncia o seu programa de empréstimo digital, o que, para alguns, pode ajudar a inibir a pirataria. Beatriz Sete longos contos compõem o novo livro que Cristóvão Tezza mandou para a Record, sua editora. Beatriz é o nome da personagem de todos. "Escolhi pela sonoridade. Não há nenhuma metafísica ou biografia envolvida", diz o escritor. Mangás Sucesso na década passada, o mangá teve queda de vendas, mas continua a ser aposta de editoras dos EUA. Títulos que saem este ano, ainda sem data por aqui: "A Bride's Story", de Kaoru Mori, pela Yen Press; "Bloody Monday", de Ryo Ryumon e Megumi Kouji, pela Kodansha Comics; "Wandering Son", de Shimura Takako, pela Fantagraphics. HQ indiana A primeira Comic Con da Índia na última semana animou editores internacionais. A exuberante produção local de quadrinhos pode ser a próxima a ser importada. Zoocolóquio Críticos de todo o mundo vão se reunir em maio, na UFMG, para tratar de animais. O nome das mesas-redondas ajuda a elucidar o teor dos debates: "Paisagens zooliterárias", "Zoopoética e biopolítica"; "Fábulas, metamorfoses e épica animal"; "Humano, não-humano, pós-humano". Texto Anterior: Não Ficção Próximo Texto: Crítica/Ensaios: Coletânea de críticas do Nobel J.M. Coetzee frustra expectativas Índice | Comunicar Erros

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.