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Nova "Ragú" traz o diverso do Brasil
Revista de Pernambuco aposta em diferentes traços e temas; a gratuita "Tulípio" tem tiragem de 15 mil
PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A revista vem de Pernambuco, mas os autores são de vários
lugares do Brasil. O novo número da publicação independente "Ragú" acaba de ser lançado e, com ele, a oportunidade
de ver trabalhos dos pernambucanos João Lin e Mascaro,
do mineiro Lelis e dos gaúchos
Fábio Zimbres e Gazzelli.
"Ragú" é uma revista atípica
no mercado brasileiro. Além de
trazer um alto número de artistas nacionais (17, além do alemão Hendrik Dorgathen), a publicação oferece uma grande variedade de estilos.
Assim a bonita e triste "O
Pai", de Mascaro, é bem diferente da experimental "Fim - E
Viveram Felizes para Sempre...", de Daniel Caballero.
Esta era uma das propostas
dos criadores quando surgiu a
"Ragú" número zero, em 2000,
e que se mostra ainda forte sete
anos depois: trazer quadrinho
autoral, com a cara do criador.
Algo distante dos mangás ou
das histórias de super-heróis e
que às vezes é até difícil de enquadrar em algum gênero convencional, como o "Desenho
Cop", de Jaca.
Outra proposta era mostrar a
diversidade brasileira, dos estilos à seleção de temas. Não há
menção a samba ou futebol,
mas há uma história sobre meninos de rua, de Mascaro, e
uma homenagem de Fábio
Zimbres ao livro "Macunaíma",
de Mário de Andrade.
Isso não significa que é necessário abordar, sempre, valores nacionais para sair em "Ragú". A maioria das histórias tem
temas universais, como violência, e há até a adaptação de um
texto escrito em sânscrito. Mas
há uma identidade, uma independência na criação das histórias, que torna "Ragú" uma revista singular.
Tulípio
Há outra novidade entre os
quadrinhos independentes, no
eixo Rio-São Paulo: o quarto
número da revista de humor
"Tulípio", de Eduardo Rodrigues (texto) e Stocker (arte).
Autêntica "leitura de boteco", a revista de distribuição
gratuita é estrelada por Tulípio,
que sempre é retratado dentro
de um bar, normalmente pedindo mais uma dose ao garçom ou tentando, em vão, atrair
a atenção de mulheres bonitas.
"Tulípio" chega aos 15 mil
exemplares. Além disso, irá, pela primeira vez, ser distribuída
fora de São Paulo: em cinco bares no Rio, além de em 15 na capital paulista. Se Tulípio, o boêmio, de fato existisse, certamente brindaria a isso. Mais de
uma vez.
RAGÚ Nš 6
Autores: vários
Quanto: R$ 66 (100 págs.)
TULÍPIO Nš 4
Autores: Eduardo Rodrigues e Stocker
Quanto: grátis (24 págs.)
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