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Na 13ª edição, festival tem predomínio de mulheres
DA REPORTAGEM LOCAL
A 13ª edição do Festival Internacional de Documentários
- É Tudo Verdade, que começa
hoje em São Paulo, traz "duas
competições [nacional e internacional] fortíssimas", segundo o idealizador e diretor do
evento, Amir Labaki.
Para não ferir sensibilidades,
Labaki evita, porém, destacar
títulos dessas duas mostras que
compõem, com outras nove, a
grade pela qual se espalham os
137 títulos da seleção.
O diretor do festival prefere a
observação geral de que, "pela
primeira vez, há maioria de
mulheres na competição internacional, o que não foi caso
pensado, mas espelho da [qualidade dos filmes na] seleção".
A predominância feminina,
na avaliação de Labaki, tem relação com o barateamento dos
custos de produção proporcionado pela tecnologia digital,
que ampliou o alcance da realização cinematográfica a quem
antes possuía apenas projetos.
"Não estou dizendo que exista um cinema feminino, embora alguns filmes só poderiam
ter sido feitos por mulheres, como é o caso de "O Aborto dos
Outros" [da brasileira Carla Gallo] e "Me Abrace Forte e me
Deixe Ir" [da britânica Kim
Longinoto]", ressalva ele.
Na produção especificamente brasileira, o diretor do festival, que também é articulista da
Folha, observa "uma particularidade de produção de retratos
e cinebiografias que me parecem mais marcantes e originais
do que a tradição brasileira".
Entre os internacionais, destaque para os "documentários
de palanque", uma vertente de
produção "que tem intenção de
mudar a sociedade", com títulos como "Os Últimos Dias de
Yasser Arafat", de Sherine Salama, alocado na mostra O Estado das Coisas.
O foco geral deste 13º É Tudo
Verdade está no cinema experimental, razão pela qual o convidado da Conferência Internacional é o dinamarquês Jorgen Leth.
Com sessões gratuitas, o festival circula também pelo Rio
de Janeiro (27/3 a 6/ 4), Bauru
(10/4 a 13/4), Brasília (14/4 a
20/4), Recife (17/4 a 20/4) e
Caixas (24/4 a 27/4).
Para a sessão inaugural no
Rio, Labaki escolheu "o filme
que vai ficar [para a história]
sobre a Guerra do Iraque, "Sem
Fim à Vista", de Charles Ferguson". Em São Paulo, o festival
segue até 6/4, com o Reserva
Cultural incorporado como
mais um de seus endereços.
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