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Crítica
Triste e pesada, Garland dá adeus em "Na Glória..."
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A história que se conta em
"Na Glória, a Amargura" (TC
Cult, 14h05) não é lá essas coisas: Judy Garland, estrelando
aqui seu último filme, faz uma
cantora que vai a Londres para
uma temporada vitoriosa.
Mas ela está pouco ligando
para o público ou para o sucesso. Ela quer é contato com o filho ilegítimo que nasceu de sua
união com o pai, Dirk Bogarde.
Ela vê o filho. Mas o pai se oporá às relações entre ambos com
a força de um vilão.
O filme de Ronald Neame
fracassou, o que não é de espantar, com semelhante história. Era preciso ser Douglas
Sirk para levantar esse traste e
transformá-lo em algo visível.
Mas não é tanto esse o problema, e sim nosso encontro
pessoal com Judy. Ela foi, nos
anos 30, a garota saltitante de
"O Mágico de Oz", depois a mulher bela e ascendente de "Nasce uma Estrela", nos anos 50.
Aqui estamos em 1963. Judy
Garland, a magnífica, está triste e pesada. É isso que o papel
exige, ok. Mas, sabemos, era isso que ela podia dar. A vida é
que lhe pesava.
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