São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Última Moda

VIVIAN WHITEMAN (interina) - ultima.moda@grupofolha.com.br

As leis de Gaga

Nicola Formichetti, o stylist de Lady Gaga, revela os dez mandamentos do gagaísmo, a nova "religião" fashion

Stephen Lovekin/AFP


Desde o matriarcado pop de Madonna, ninguém havia reunido tantos admiradores e seguidores quanto Lady Gaga.
Para explicar tanto sucesso, tão ou mais importantes do que os hits-chicletinho que agitam as pistas, são os figurinos da moça. Os delírios estéticos da cantora deram origem a uma espécie de religião baseada no dance grudento e nas roupas abusadas: o gagaísmo. E se Lady Gaga é um deus fashionista, o stylist nipo-italiano Nicola Formichetti é seu profeta.
As lingeries à mostra, as meias rendadas, as hotpants, os acessórios nonsense e os looks-fantasia copiados por fãs do mundo inteiro, tudo isso saiu da cabecinha fashionista de Formichetti."Gaga não tem medo de quebrar as barreiras da elegância. Trabalhamos acima dos limites", afirma o stylist que assinou o figurino do videoclipe "Telephone", em que mistura Chanel e Viktor & Rolf a criações próprias.
Formichetti é o stylist-chefe da Haus of Gaga, um coletivo que cuida da direção artística das turnês da cantora. É ele também quem escolhe os figurinos que a bonitona usa nos shows, nas entrevistas, nas festas e em outros compromissos.
Para selecionar as peças, Formichetti tem algumas regras de estilo e atitude, que organizou em dez mandamentos (leia nesta página), a pedido da Folha. Entre as leis de Gaga, que ficam entre a futilidade, o deboche e a mais deliciosa diversão fashion, estão as regras de jamais aparecer em público sem um modelo calculado e escrever mensagens visuais com a roupa. "Vivemos num mundo de imagens. Quem domina a imagem tem o poder", diz.
O stylist, que é diretor criativo da incensada revista "Dazed and Confused", já trabalhou para as maiores grifes do mundo e tem entre seus outros clientes VIP o galã Robert Pattinson, da saga "Crepúsculo". Com Gaga, porém, foi alçado ao patamar de estrela da moda.
Atualmente, e apesar de estar quase sempre seminua ou vestida de forma espalhafatosa, Lady Gaga é cobiçada pelas maiores grifes do mundo. As maisons de luxo, que geralmente têm clientes muito menos ousadas do que a cantora, querem associar suas marcas ao fenômeno pop do momento.
A imagem de Gaga, de certa forma, corresponde ao sonho dourado da indústria fashion: é a mulher disposta a usar qualquer loucura criada pelos grandes estilistas. "Quando monto os looks imagino um editorial de moda ousado, me inspiro nos trabalhos de Nick Knight [fotógrafo e diretor de arte] e Hedi Slimane [estilista e fotógrafo]", revela Formichetti.
Nas ruas, embora diluído, o gagaísmo movimenta o comércio e muda o visual dos frequentadores de bares e casas noturnas. São, nas palavras de Gaga, os "little monsters" (monstrinhos), que atravessaram o mar da modinha sonhando com a terra prometida, onde o estilo é livre e pessoas comuns podem sair de casa e passear por aí sem calças.


Texto Anterior: Gagaísmo
Próximo Texto: GaGaweb
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.