São Paulo, sábado, 26 de março de 2011

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Islândia tenta recuperar seu prestígio por meio da literatura

Em Frankfurt, país quer ser reconhecido como "nação de livros"

JULIANA VAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE LEIPZIG


"Quando a Islândia estiver no centro das atenções do mercado editorial, ninguém vai pensar que os islandeses são um povo que não sabe lidar com dinheiro, e sim que há séculos consegue contar boas histórias."
Pelo menos assim espera um dos organizadores da próxima Feira do Livro de Frankfurt, que acontece em outubro. O convidado de honra é o país gélido cujas sagas deram contribuição de peso à literatura universal.
O evento, o maior do mundo nos negócios do livro, vem sendo visto por representantes islandeses como uma oportunidade de elevar a autoestima e melhorar a imagem e a credibilidade da ilha. Quase todos os bancos de lá quebraram por causa da crise financeira mundial de 2008.
Até o começo da feira, cerca de 125 novas traduções do islandês chegarão às livrarias da Alemanha, onde o interesse pela literatura do país vem crescendo.
"Vemos a Alemanha como um trampolim para outros lugares", disse Halldór Gu mundsson, escritor e editor responsável pela representação islandesa em Frankfurt, durante a Feira do Livro de Leipzig.
Segundo maior evento literário do país, a feira destinou programação paralela à Islândia, durante a semana passada.
"Quase ninguém fala islandês, mas, se há uma tradução para o alemão, abrem-se portas. Já estamos indo em direção à França, à Itália e à Espanha. Agora, há um maior interesse dos Estados Unidos, o que é muito raro", afirma ele.
A ideia, segundo Gu mundsson, é oferecer tanto novas traduções das sagas escritas nos séculos 13 e 14 - que anteciparam o estilo realista do romance do século 19- quanto autores contemporâneos e premiados como Einar Kárason.
"A crise fez com que a Islândia repensasse seus valores e a literatura teve papel importante nesse processo. Somos melhores como uma nação de livros do que como uma nação de bancos", completa o escritor.
A jornalista JULIANA VAZ viajou a convite do governo alemão


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