São Paulo, quinta, 26 de março de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Parceria TV e cinema é "corriqueira"

da Sucursal do Rio

A entrada da Globo no mercado cinematográfico significa, para Alcione Araújo, "o risco de extensão ao cinema da hegemonia que ela tem na televisão".
"A supremacia da TV Globo vai limitar a diversidade de enfoques temáticos e abordagens estéticas no cinema brasileiro. Os projetos desenvolvidos estarão sob uma mesma ideologia, o que vai impedir que a pluralidade do Brasil, sua maior riqueza, seja explorada de diversas formas", disse o escritor.
"É fundamental a entrada da Globo nesse ramo. No mundo inteiro, a parceria entre televisão e cinema é corriqueira. Talvez o Brasil fosse o único país onde uma rede poderosa, importante e de qualidade como a Globo ainda não tinha investido no cinema", disse Renata Magalhães.
O produtor Paulo Thiago considera "positivo, em princípio, uma empresa, com o capital que a Globo tem, investir em produção cinematográfica".
"Tudo vai depender da forma como ela vai fazer. Pode dar certo se entrar como co-produtora, dando adiantamentos ou fazendo a distribuição", disse o produtor, citando exemplos "bem-sucedidos como a Miramax, em toda a Europa e Estados Unidos, e o Canal Plus, da França".
Ele citou a Televisa, do México, como uma rede de televisão que não teve sucesso no mercado cinematográfico. "Ela entrou no esquema de estúdio, produziu vários filmes e vários fracassos", disse Thiago.
"Uma coisa é um estúdio em Hollywood produzir um filme que é distribuído no mundo inteiro. Isso permite que tenha controle sobre o roteiro, a escolha do diretor e do elenco e a montagem final. No nosso caso é diferente. Somos uma cinematografia alternativa no nosso próprio mercado", disse o produtor.
"O fato de a Globo ser associada do meu filme não significa que vá ditar o modelo dele. Eles estão plenamente conscientes de que a riqueza do cinema brasileiro é a diversificação de estilos", disse Luiz Carlos Barreto.
Em "Orfeu", Daniel Filho opinou sobre o elenco. "Fizemos reuniões e o Daniel sugeriu alguns nomes, como a Isabel Fillardis, mas resolvemos juntos", disse Renata Magalhães.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.