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Presidente do museu descarta usar obras de arte como garantia
GILBERTO DIMENSTEIN
COLUNISTA DA FOLHA
O presidente do Masp, Julio
Neves, disse ontem que "jamais" poderia aceitar o pedido
que, segundo ele, foi feito pela
Eletropaulo de incluir obras de
arte como garantia para a renegociação da dívida do museu
com a empresa. Essa teria sido,
na sua sua visão, uma das razões do impasse. "Foi um gesto
intempestivo", afirmou, referindo-se ao corte de energia.
A empresa confirma que exigiu garantias, mas sem mencionar obras. Porém, integrantes
da diretoria do museu, segundo
apurou a Folha, foram avisados por diversas fontes de que,
na impossibilidade de avais e
fianças bancárias, a saída seria
estabelecer como garantia uma
obra avaliada em R$ 3 milhões.
Para Neves, não havia razão
para o corte, já que as contas vinham sendo pagas havia 11 meses. Além disso, segundo ele, o
Masp ofereceu à Eletropaulo
um plano de pagamento da dívida. "Eu disse claramente que
nossa vontade era pagar." Uma
das propostas era transformar
a Eletropaulo em patrocinadora do museu. "Nem quiseram
considerar", diz Neves.
Segundo a empresa, o museu
fora alertado no dia 17 sobre o
corte de energia, e haveria uma
nova reunião, à qual Neves deixou de comparecer.
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