São Paulo, terça-feira, 26 de maio de 2009

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análise

Instituições vivem crise permanente

DA REPORTAGEM LOCAL

A crise que ronda a Fundação Bienal não é muito distinta da situação pela qual passam outras instituições de arte paulistanas, como o Masp (Museu de Arte de São Paulo) e o MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo).
Criados no mesmo período, o Masp (1945, por Assis Chateaubriand), o MAM e a Bienal (1948 e 1951, por Ciccillo Matarazzo) têm modelo de gestão centralizador e personalista, como foram seus mecenas fundadores.
Chateaubriand e Matarazzo construíram impérios com boas assessorias, mas profissionais da arte nunca foram incorporados a tais instituições. Com a morte de ambos, os museus e a Bienal ficaram com estruturas frágeis, dependentes de personalidades fortes. Quando Edemar Cid Ferreira assumiu a Bienal, por exemplo, injetou dinheiro e recolocou-a no circuito mundial.
Sem tal cacife, o empresário Manuel Francisco Pires da Costa dependeu de verbas governamentais, mas, com suas confusões administrativas, contratando parentes e usando sua empresa para criar a revista da instituição, perdeu legitimidade e aporte financeiro, levando a Bienal à sua mais séria crise.
Renovar a estrutura dessas instituições ajudaria a imunizá-las contra as crises. Foi o que propôs Ivo Mesquita, curador-chefe da última Bienal: "Importante e procedente é uma nova composição do conselho, incluindo [...] profissionais experientes como diretores de museus, curadores, artistas, galeristas, acadêmicos, que possam contribuir para um entendimento e uma presença mais orgânica da instituição na sociedade e no meio artístico brasileiro e internacional". (FABIO CYPRIANO)


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