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análise
Instituições vivem crise permanente
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise que ronda a
Fundação Bienal não
é muito distinta da
situação pela qual passam
outras instituições de arte
paulistanas, como o Masp
(Museu de Arte de São Paulo) e o MAM (Museu de Arte
Moderna de São Paulo).
Criados no mesmo período, o Masp (1945, por Assis
Chateaubriand), o MAM e a
Bienal (1948 e 1951, por Ciccillo Matarazzo) têm modelo
de gestão centralizador e
personalista, como foram
seus mecenas fundadores.
Chateaubriand e Matarazzo construíram impérios
com boas assessorias, mas
profissionais da arte nunca
foram incorporados a tais
instituições. Com a morte de
ambos, os museus e a Bienal
ficaram com estruturas frágeis, dependentes de personalidades fortes. Quando
Edemar Cid Ferreira assumiu a Bienal, por exemplo,
injetou dinheiro e recolocou-a no circuito mundial.
Sem tal cacife, o empresário Manuel Francisco Pires
da Costa dependeu de verbas
governamentais, mas, com
suas confusões administrativas, contratando parentes e
usando sua empresa para
criar a revista da instituição,
perdeu legitimidade e aporte
financeiro, levando a Bienal
à sua mais séria crise.
Renovar a estrutura dessas
instituições ajudaria a imunizá-las contra as crises. Foi
o que propôs Ivo Mesquita,
curador-chefe da última Bienal: "Importante e procedente é uma nova composição do conselho, incluindo
[...] profissionais experientes
como diretores de museus,
curadores, artistas, galeristas, acadêmicos, que possam
contribuir para um entendimento e uma presença mais
orgânica da instituição na sociedade e no meio artístico
brasileiro e internacional".
(FABIO CYPRIANO)
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