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Restaurado, Cine Marabá reabre com cinco salas
Prédio de 1945, na avenida Ipiranga, passou por reforma de R$ 8 milhões coordenada pelo arquiteto Ruy Ohtake
Fechado desde agosto de 2007, cinema voltará a funcionar nesta sexta-feira, com três filmes em cartaz e ingressos de R$ 10 a R$ 16
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O grande salão ainda não vai
ser palco de uma première luxuosa -está prevista a exibição
de "Monstros vs. Alienígenas",
"Uma Noite no Museu 2" e "Divã" na programação inicial-,
mas o Cine Marabá, a partir de
sexta, começa a retomar dias
melhores, com sua reinauguração oficial, para convidados.
A distribuidora Playarte, dona do espaço, investiu cerca de
R$ 8 milhões no restauro e reforma do local, que teve sua última sessão em agosto de 2007
-o filme em cartaz era "Duro
de Matar 4.0".
As obras para transformar o
prédio de 1945 em multiplex
começaram em julho passado e
ficaram a cargo dos arquitetos
Ruy Ohtake (que assina o projeto do cinema mais conhecido
da rede, o Bristol) e Samuel
Kruchin (que fez o restauro).
Tombado pelo Conpresp, órgão de preservação do patrimônio municipal, o local teve restaurado seu grande salão de entrada, a fachada em estilo eclético, os lustres, as portas em
couro e diversos outros detalhes da construção.
O chão da entrada, por exemplo, estava coberto por uma camada de granito que degradou
o piso original, em parquê (assoalho de tacos de madeira que
formam desenhos).
"Havia alguns pedaços intactos de taco no piso das salas,
que não é tombado. Reconstruímos os losangos que formam cada um dos conjuntos na
entrada e no mezanino", conta
Kruchin, 54, que enumera outras dificuldades do restauro.
"Para conseguir o tom original
de cor das colunas, tivemos de
retirar 12 camadas de tinta."
Na sala principal, estavam
tombadas apenas a boca de cena, com dois murais, e duas decorações nas paredes, representando ânforas. Assim, o que
antes era uma sala de 1.655 lugares deu lugar a cinco salas -a
maior, de 430 assentos; e as
menores, com capacidade de
122 a 176 espectadores.
Ohtake, 70, deu à sala maior
um aspecto de anfiteatro, com
inclinação bem grande. "Foi o
formato mais adequado. Tivemos de fazer novas fundações
para a nova plateia, mas a elegante boca de cena teve suas
proporções mantidas."
Públicos variados
De acordo com o vice-presidente da Playarte, Otelo Bettin
Coltro, o novo Marabá quer
atrair o público circulante do
centro, que trabalha ou estuda
na região. Os ingressos vão custar de R$ 10 (quartas) a R$ 16
(em sessões 3D na sala maior).
Ainda não há estacionamento disponível. A Playarte pediu
à prefeitura a instalação de um
recuo na calçada e deve oferecer em breve serviço de valet.
Ohtake acredita que o novo
cinema deve melhorar o entorno. "É uma atração a mais nas
cercanias, que já têm hotéis
bem movimentados e o bar
Brahma, que hoje deu uma renovada na esquina da Ipiranga
com a São João."
Turistas de outros Estados
também devem compor o público das salas. "Recebemos
muitos convites de agentes de
viagens, que hospedam grupos
de turistas em hotéis centrais,
para fazermos parcerias", diz
Coltro. "O Marabá entraria na
rota de atrações noturnas de
todo o centro."
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