São Paulo, terça-feira, 26 de maio de 2009

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Restaurado, Cine Marabá reabre com cinco salas

Prédio de 1945, na avenida Ipiranga, passou por reforma de R$ 8 milhões coordenada pelo arquiteto Ruy Ohtake

Fechado desde agosto de 2007, cinema voltará a funcionar nesta sexta-feira, com três filmes em cartaz e ingressos de R$ 10 a R$ 16


MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O grande salão ainda não vai ser palco de uma première luxuosa -está prevista a exibição de "Monstros vs. Alienígenas", "Uma Noite no Museu 2" e "Divã" na programação inicial-, mas o Cine Marabá, a partir de sexta, começa a retomar dias melhores, com sua reinauguração oficial, para convidados.
A distribuidora Playarte, dona do espaço, investiu cerca de R$ 8 milhões no restauro e reforma do local, que teve sua última sessão em agosto de 2007 -o filme em cartaz era "Duro de Matar 4.0".
As obras para transformar o prédio de 1945 em multiplex começaram em julho passado e ficaram a cargo dos arquitetos Ruy Ohtake (que assina o projeto do cinema mais conhecido da rede, o Bristol) e Samuel Kruchin (que fez o restauro).
Tombado pelo Conpresp, órgão de preservação do patrimônio municipal, o local teve restaurado seu grande salão de entrada, a fachada em estilo eclético, os lustres, as portas em couro e diversos outros detalhes da construção.
O chão da entrada, por exemplo, estava coberto por uma camada de granito que degradou o piso original, em parquê (assoalho de tacos de madeira que formam desenhos).
"Havia alguns pedaços intactos de taco no piso das salas, que não é tombado. Reconstruímos os losangos que formam cada um dos conjuntos na entrada e no mezanino", conta Kruchin, 54, que enumera outras dificuldades do restauro. "Para conseguir o tom original de cor das colunas, tivemos de retirar 12 camadas de tinta."
Na sala principal, estavam tombadas apenas a boca de cena, com dois murais, e duas decorações nas paredes, representando ânforas. Assim, o que antes era uma sala de 1.655 lugares deu lugar a cinco salas -a maior, de 430 assentos; e as menores, com capacidade de 122 a 176 espectadores.
Ohtake, 70, deu à sala maior um aspecto de anfiteatro, com inclinação bem grande. "Foi o formato mais adequado. Tivemos de fazer novas fundações para a nova plateia, mas a elegante boca de cena teve suas proporções mantidas."

Públicos variados
De acordo com o vice-presidente da Playarte, Otelo Bettin Coltro, o novo Marabá quer atrair o público circulante do centro, que trabalha ou estuda na região. Os ingressos vão custar de R$ 10 (quartas) a R$ 16 (em sessões 3D na sala maior).
Ainda não há estacionamento disponível. A Playarte pediu à prefeitura a instalação de um recuo na calçada e deve oferecer em breve serviço de valet.
Ohtake acredita que o novo cinema deve melhorar o entorno. "É uma atração a mais nas cercanias, que já têm hotéis bem movimentados e o bar Brahma, que hoje deu uma renovada na esquina da Ipiranga com a São João."
Turistas de outros Estados também devem compor o público das salas. "Recebemos muitos convites de agentes de viagens, que hospedam grupos de turistas em hotéis centrais, para fazermos parcerias", diz Coltro. "O Marabá entraria na rota de atrações noturnas de todo o centro."


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