São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2010

Texto Anterior | Índice

CRÍTICA MPB

Banda deixa a ironia de lado e faz poesia com a desilusão

ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA FOLHA

O tempo trouxe maturidade e desencanto aos rapazes do Mombojó. E estranho seria se fosse diferente. Desde que lançou "Homem-Espuma" (06), a banda perdeu dois integrantes, sumiu dos palcos (como Mombojó, que fique claro), resguardou-se.
Esse momento de passagem trouxe consequências marcantes a "Amigo do Tempo". No lugar da ironia do álbum de estreia, "Nadadenovo" (04), entra a melancolia. Ela aparece no roquinho "Passarinho Colorido", que elege um "certo autismo" para se salvar das agruras da vida; ou em "Casa Caiada", onde a perda da inocência vislumbra o perigo, sentido, agora, "em qualquer lugar".
A pegada punk e debochada que fez deles uma das novidades mais empolgantes desta década está mais rebuscada, como em "Antimonotonia", com sonoridade que reveza peso e toques de surf music.
Coube ao produtor Pupillo captar o espírito dessa jornada de descobertas e desilusões e moldá-lo. À perfeição.


AMIGO DO TEMPO

ARTISTA Mombojó
GRAVADORA independente (download gratuito a partir de 7/6 em www.mombojo.com.br)
AVALIAÇÃO ótimo




Texto Anterior: Após trauma, Mombojó volta à ativa
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.