São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 2011 |
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Memória serve como tema e linguagem DE SÃO PAULO Como contar uma história num tempo em que o homem obtém informações fragmentadas? De que forma escrever uma peça sobre a saga da memória, na qual esta seja abordada também como linguagem? Esses questionamentos impulsionaram Leonardo Moreira a criar "O Jardim". O espetáculo que estreia amanhã verticaliza as pesquisas da Cia. Hiato. É uma ficção, mas tem como base as memórias dos integrantes do grupo. A obra é composta a partir da sobreposição de três peças vividas por membros de uma família em tempos diversos. Em 1938 um jovem casal rompe a relação. O futuro de Thiago, um dos separados, é retratado mais de quatro décadas depois. Thiago é agora um senhor que sofre de Alzheimer, prestes a ser internado numa clínica por suas filhas. Vive à parte da realidade, mas mostra-se profundamente conectado com as memórias de seu passado distante. A terceira trama se passa em 2011. Apresenta a luta da neta de Thiago pela conservação da história sua família, cuja propriedade- numa alusão ao clássico "O Jardim das Cerejeiras", de Tchékhov-, está por um fio. As três histórias acontecem simultaneamente, reproduzindo o funcionamento da própria memória, que rompe com a linearidade de tempo e com a unidade de espaço. A plateia é dividida em três e acompanha cada história separadamente. Em termos. Os diálogos das tramas formam uma única partitura. Caixas de papelão dividem a cena formando paredes que desmoronam ao longo da peça. Este trânsito entre tempos amplia a visão do espectador. Ele deixa de estar diante de um drama cotidiano. Enxerga longe, testemunhando a história de uma família. (GM) Texto Anterior: Aos 28 anos, autor brilha ao tratar de diferenças Próximo Texto: Antonio Banderas elogia brasileiras e fala sobre Almodóvar Índice | Comunicar Erros |
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