São Paulo, sábado, 26 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FILMES

TV ABERTA

Contraste de ritmo dá força a "Crime Verdadeiro"

Assassinos da Estrada
Record, 23h.
 
(Roadflower). EUA, 1993, 93 min. Direção: Deran Sarafian. Com Christopher Lambert, Craig Sheffer, Michelle Forbes. Durante viagem pelo deserto, Lambert e seu séquito são perseguidos por psicótico e amigos. Enfim, o deserto.

Momento de Decisão
Globo, 23h20.
  
(Midwives). EUA, 2001, 92 min. Direção: Glenn Jordan. Com Sissy Spacek, Peter Coyote. Spacek faz a parteira que, embora salve a vida de uma criança, no momento do parto, é acusada por sua morte em seguida e julgada em razão disso. Feito para TV, com destaque para a ótima Sissy. Inédito.

Crime Verdadeiro
SBT, 0h30.
    
(True Crime). EUA, 1999, 127 min. Direção: Clint Eastwood. Com Clint Eastwood, Isaiah Washington, James Woods, Lisa Gay Hamilton. Velho repórter mulherengo, beberrão e desiludido se vê na contingência de salvar um condenado à morte. Na ritmação (o contraste entre a urgência do assunto e o ritmo lento da ação) está talvez o segredo (ou um deles) da imensa força deste filme.

Noites de Sexo
Bandeirantes, 2h.
 
(Nights of Shade). EUA, 1996, 93 min. Direção: Fred Olen Ray. Com Tim Abell, Teresa Langley. A emissora anuncia como filme erótico. O guia Imdb dá como horror. Na verdade, um ex-policial freqüenta lugar onde há um tanto de sexo e outro tanto de vampiros e vampirismo.

Nos Braços de Estranhos
SBT, 3h.
   
(Into the Arms of Strangers). EUA, 2000, 122 min. Direção: Mark Jonathan Jarris. Sobreviventes do Holocausto recordam o que foi a perseguição e o assassinato em massa de judeus, antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

La Bamba
Globo, 3h05.
  
EUA, 1987, 108 min. Direção: Luis Valdez. Com Lou Diamond Philips, Rosana DeSoto, Esai Morales. Biografia do compositor Ritchie Valens, que aos 17 anos fez um sucesso louco com a música "La Bamba". Pouco mais que a história convencional de um jovem pobre de origem mexicana em busca do sucesso. Vê-se. (IA)

TV PAGA

O balanço de Van Sant, entre a arte e a superfície

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Quanto mais passa o tempo, mais fica claro que Gus van Sant é, na atualidade, o mais perfeito correlato do que foi, no passado, King Vidor.
São ambos diretores que compram sua independência, produzindo filmes comerciais e/ou para estúdios, e, com a confiança e/ou bilheteria que obtêm, conseguem rodar o que lhes interessa.
Porque não existe hipótese de o Gus van Sant que dirige "Elefante", por exemplo, ser o mesmo que dirige o bastante convencional "Gênio Indomável".
Há um espaço intermediário entre esses dois, preenchido por "Psicose", versão 98, que procurava retomar, plano a plano, o "Psicose" original, de Hitchcock, apenas com pequenas mudanças.
É possível que, neste último caso, Van Sant buscasse um resultado mais ousado. Mas é bastante provável, também, que não tenha contagiado seu elenco. Eles parecem mais inclinados a crer que o diretor optou pela preguiça pura e simples, e se comportam um tanto burocraticamente.
"Gênio Indomável" não deixa de ter seu interesse. Para ficar com filmes do mesmo tipo e que concorrem ao Oscar, é bem mais forte que, por exemplo, "Uma Mente Brilhante". Mas a história do jovem gênio matemático não exclui fartas porções de convenção.
Fiquemos com a mais evidente: Robin Williams fazendo o psicólogo de idéias avançadas que buscará diálogo com o genioso Matt Damon.
Pode-se gostar mais ou menos de "Elefante", tanto faz: mas ali é como se Gus van Sant tratasse de evitar, a cada cena, a possibilidade de se ater ao corriqueiro, ao banal. Em "Gênio Indomável", ao contrário, se trata de atingir esse gosto médio, que aspira à arte, mas não consegue enxergar dela senão a superfície.


GÊNIO INDOMÁVEL. Quando: hoje, às 23h30, no Max Prime.


Texto Anterior: Astrologia
Próximo Texto: José Simão: Ueba! Parada Gay em Portugal é PORTUGAYS!
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.