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Vila Velha lembra resistência na BA
DA REPORTAGEM LOCAL
Palco de resistência cultural à
ditadura militar, ontem, e econômica, hoje, o teatro Vila Velha, em
Salvador, completa 40 anos em 31
de julho com a estréia de uma peça sobre a sua memória.
"Auto-Retrato aos 40" vai reunir cerca de 70 artistas que já passaram ou continuam trabalhando
no espaço que fica no parque Passeio Público. O espetáculo, uma
colagem por meio da dança, do
teatro e da música, é encabeçado
pelos grupos residentes Bando de
Teatro Olodum, Viladança, Cia.
Novos Novos e Vilavox.
O teatro Vila Velha foi inaugurado em julho de 1964, concretização de um sonho dos artistas da
Companhia Teatro dos Novos, a
primeira companhia profissional
baiana, formada por alunos, entre
eles Othon Bastos, dissidentes da
Escola de Teatro da Universidade
Federal da Bahia, liderados pelo
então professor João Augusto
(1928-1979), vindo do Rio.
Segundo o diretor Márcio Meirelles, 50, do Bando de Teatro
Olodum, que assina a direção geral de "Auto-Retrato...", nos primeiros quatro anos o Vila Velha
abrigou shows de Caetano Veloso
e Maria Bethânia, entre outros.
Depois da morte de João Augusto, diretor conhecido pela ênfase na transposição da linguagem do cordel para o teatro, o Vila
Velha atravessou momentos difíceis, foi se deteriorando.
A partir de 1994, um novo acordo com o Estado permitiu a residência conjunta de grupos locais,
trazendo de volta a filosofia que
norteou o Teatro dos Novos, inclusive com os cantores e compositores cúmplices no início.
"Na verdade, o Vila Velha só
funcionou bem quando mantido
o tempo inteiro por artistas", diz
Meirelles. Hoje, parte da manutenção (R$ 60 mil mensais) é dividida, às próprias custas, com a
Fundação Cultural do Estado e a
operadora telefônica Vivo.
(VS)
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