São Paulo, sábado, 26 de junho de 2004

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Vila Velha lembra resistência na BA

DA REPORTAGEM LOCAL

Palco de resistência cultural à ditadura militar, ontem, e econômica, hoje, o teatro Vila Velha, em Salvador, completa 40 anos em 31 de julho com a estréia de uma peça sobre a sua memória.
"Auto-Retrato aos 40" vai reunir cerca de 70 artistas que já passaram ou continuam trabalhando no espaço que fica no parque Passeio Público. O espetáculo, uma colagem por meio da dança, do teatro e da música, é encabeçado pelos grupos residentes Bando de Teatro Olodum, Viladança, Cia. Novos Novos e Vilavox.
O teatro Vila Velha foi inaugurado em julho de 1964, concretização de um sonho dos artistas da Companhia Teatro dos Novos, a primeira companhia profissional baiana, formada por alunos, entre eles Othon Bastos, dissidentes da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, liderados pelo então professor João Augusto (1928-1979), vindo do Rio.
Segundo o diretor Márcio Meirelles, 50, do Bando de Teatro Olodum, que assina a direção geral de "Auto-Retrato...", nos primeiros quatro anos o Vila Velha abrigou shows de Caetano Veloso e Maria Bethânia, entre outros.
Depois da morte de João Augusto, diretor conhecido pela ênfase na transposição da linguagem do cordel para o teatro, o Vila Velha atravessou momentos difíceis, foi se deteriorando.
A partir de 1994, um novo acordo com o Estado permitiu a residência conjunta de grupos locais, trazendo de volta a filosofia que norteou o Teatro dos Novos, inclusive com os cantores e compositores cúmplices no início.
"Na verdade, o Vila Velha só funcionou bem quando mantido o tempo inteiro por artistas", diz Meirelles. Hoje, parte da manutenção (R$ 60 mil mensais) é dividida, às próprias custas, com a Fundação Cultural do Estado e a operadora telefônica Vivo. (VS)


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