São Paulo, sábado, 26 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Satyros adapta "O Sonho", de Strindberg

Com direção de Luiz Valcazaras, "R.E.M" transforma saga mítica em "viagem de drogas"

MARCOS GRINSPUM FERRAZ
DE SÃO PAULO

Como seria para os deuses descer à Terra não só para ver, mas para viver a vida como seres humanos?
Quando esse é o destino da deusa Agnes, seu pai, Indra, alerta: "É uma raça ingrata, descontente e intratável que povoa este planeta".
Assim começa "R.E.M", uma livre adaptação de "O Sonho", do sueco August Strindberg (1849-1912), montada pelo Núcleo Experimental dos Satyros sob a direção de Luiz Valcazaras.
Mas, se no texto original a experiência de Agnes se passa como um sonho, na versão do grupo também "pode ser um delírio ou uma viagem de drogas", diz o diretor.
Nesse universo fragmentário, em um cenário escuro iluminado apenas com luzes verdes, a deusa passa pela rotina insossa dos homens, "obrigados" a casar, ter filhos, passar roupa, estudar...
e depois fazer tudo de novo. Segundo Valcazaras, a intenção no núcleo experimental, formado por atores profissionais e amadores, era fazer "algo que saísse do realismo", e daí a escolha do texto de Strindberg, autor ligado ao expressionismo.
O diretor diz que, apesar de ser de 1901, a obra traz questões contemporâneas.
"Já tem algo do teatro do absurdo aí. É uma viagem por imagens do inconsciente, sem linearidade cartesiana."


R.E.M

QUANDO sáb. e dom., às 18h30
ONDE Espaço dos Satyros 2 (pça. Franklin Roosevelt, 134, tel. 0/xx/ 11/3258-6345)
QUANTO R$ 10
CLASSIFICAÇÃO 16 anos



Texto Anterior: Alfenim traz a SP ciclo de peças de viés "dialético"
Próximo Texto: Museu espanhol celebra aniversário com arte latina
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.