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Satyros adapta "O Sonho", de Strindberg
Com direção de Luiz Valcazaras, "R.E.M" transforma saga mítica em "viagem de drogas"
MARCOS GRINSPUM FERRAZ
DE SÃO PAULO
Como seria para os deuses
descer à Terra não só para
ver, mas para viver a vida como seres humanos?
Quando esse é o destino da
deusa Agnes, seu pai, Indra,
alerta: "É uma raça ingrata,
descontente e intratável que
povoa este planeta".
Assim começa "R.E.M",
uma livre adaptação de "O
Sonho", do sueco August
Strindberg (1849-1912), montada pelo Núcleo Experimental dos Satyros sob a direção
de Luiz Valcazaras.
Mas, se no texto original a
experiência de Agnes se passa como um sonho, na versão
do grupo também "pode ser
um delírio ou uma viagem de
drogas", diz o diretor.
Nesse universo fragmentário, em um cenário escuro
iluminado apenas com luzes
verdes, a deusa passa pela
rotina insossa dos homens,
"obrigados" a casar, ter filhos, passar roupa, estudar...
e depois fazer tudo de novo.
Segundo Valcazaras, a intenção no núcleo experimental, formado por atores profissionais e amadores, era fazer "algo que saísse do realismo", e daí a escolha do texto
de Strindberg, autor ligado
ao expressionismo.
O diretor diz que, apesar
de ser de 1901, a obra traz
questões contemporâneas.
"Já tem algo do teatro do absurdo aí. É uma viagem por
imagens do inconsciente,
sem linearidade cartesiana."
R.E.M
QUANDO sáb. e dom., às 18h30
ONDE Espaço dos Satyros 2 (pça.
Franklin Roosevelt, 134, tel. 0/xx/
11/3258-6345)
QUANTO R$ 10
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
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