São Paulo, segunda-feira, 26 de julho de 2010

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A hora do Arcade Fire

Com novo álbum de canções sobre enfado da classe média, banda canadense deve tornar-se nome superlativo no pop

Eric Kayne/Divulgação
A banda canadense Arcade Fire

THIAGO NEY
DE SÃO PAULO

O septeto canadense Arcade Fire lançou dois discos que foram elogiados à exaustão e renderam ao grupo uma base sólida de fãs. A banda, agora, deve tornar-se mega.
"The Suburbs", o terceiro disco do combo de Montréal, sai nos EUA e na Europa na semana que vem -no Brasil, chega no final de agosto.
O disco caiu na internet na sexta-feira passada, gerando movimentação intensa em Twitter, blogs e sites -movimentação que foi impulsionada por empolgadas críticas publicadas em veículos como a britânica BBC e a americana "Rolling Stone".
Apoiado em "Funeral" (2004) e "Neon Bible" (2007), o Arcade Fire viajou pelo mundo -Brasil incluído-, apresentando-se em locais de tamanho médio. "The Suburbs" levará os canadenses a lugares superlativos.
Por exemplo, no próximo dia 5 tocam no Madison Square Garden (capacidade: 20 mil), em Nova York, em show que será transmitido ao vivo por meio do YouTube.
Após apresentações no EUA, vão a festivais como Reading (Reino Unido) e Rock en Seine (França).
Mais: "The Suburbs" será lançado com oito capas diferentes. "Os CDs não vendem mais como vendiam antes, então, para motivar as pessoas a comprá-los, você tem de criar algo interessante", opina o baterista Jeremy Gara, em entrevista à Folha.
Boa parte das 16 canções de "The Suburbs" trata de questões como a falta de perspectiva da classe média de subúrbios dos EUA.
Faixas orquestradas e grandiosas, características da música do Arcade Fire que geram comparações com gente como U2, estão presentes aqui, mas dividindo espaço com temas rápidos, secos, como "Month of May".
"Há vários sons diferentes no disco. Cada canção funciona por si própria, mas nos preocupamos com o sentimento gerado pelo disco como um todo", afirma Gara.
"É algo que vejo em grandes álbuns. Meu disco ideal é "London Calling", do Clash. Ali as músicas não são boas apenas individualmente; formam um todo, um disco que tem início, meio e fim."

HAITI
O Arcade Fire está, ainda, envolvido em causas humanitárias. Anunciaram que doarão 1 milhão de dólares canadenses às vítimas do terremoto no Haiti -desde que fãs do grupo também doem a mesma quantia (no www.ar cadefire.com/haiti/, há detalhes sobre a ONG para a qual o dinheiro será doado).
"Pensamos em fazer um show beneficente para o Haiti, mas achamos que a ideia da doação faria com que os fãs se envolvessem mais", diz Gara. "Não forçamos ninguém a se engajar. É apenas algo que pode ser divertido e ajudar muita gente."


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