São Paulo, segunda-feira, 26 de julho de 2010

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CRÍTICA

Disco faz elaborada e triste crônica da juventude

BRUNO YUTAKA SAITO
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Aqui, no Terceiro Mundo, quando se fala em subúrbio, logo se pensa em periferia e um dia a dia marcado pela violência. As coisas mudam no universo do Primeiro Mundo do Arcade Fire.
Para eles, o conceito de subúrbio está associado à classe média/alta. Os problemas são outros. Em qualquer dos espaços urbanos, os adolescentes são os que pagam um preço mais sofrido.
O tema da morte já estava em "Funeral", a catártica estreia do grupo, com um pop grandioso para inspirar os jovens de idade ou espírito.
"The Suburbs" desce um pouco o tom, mantém o espírito barroco e um pé no experimentalismo germânico do krautrock e outro na pompa de um Neil Young.
Há um clima saudosista. O vocalista Win Butler, 30, canta diversas vezes palavras que remetem a tédio e solidão, sensações típicas de quem cresceu num subúrbio.
Na faixa-título ou em "Suburban War" é recorrente a imagem de um passageiro num carro visitando essas paisagens ricas, mas desoladas. Há um vazio que a sociedade de consumo não consegue preencher, parece nos dizer o Arcade Fire.


THE SUBURBS

ARTISTA Arcade Fire
GRAVADORA Universal (lançamento no fim de agosto)
QUANTO preço não definido
AVALIAÇÃO ótimo



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