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CRÍTICA
Disco faz elaborada e triste crônica da juventude
BRUNO YUTAKA SAITO
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA
Aqui, no Terceiro Mundo,
quando se fala em subúrbio,
logo se pensa em periferia e
um dia a dia marcado pela
violência. As coisas mudam
no universo do Primeiro
Mundo do Arcade Fire.
Para eles, o conceito de subúrbio está associado à classe média/alta. Os problemas
são outros. Em qualquer dos
espaços urbanos, os adolescentes são os que pagam um
preço mais sofrido.
O tema da morte já estava
em "Funeral", a catártica estreia do grupo, com um pop
grandioso para inspirar os jovens de idade ou espírito.
"The Suburbs" desce um
pouco o tom, mantém o espírito barroco e um pé no experimentalismo germânico do
krautrock e outro na pompa
de um Neil Young.
Há um clima saudosista. O
vocalista Win Butler, 30, canta diversas vezes palavras
que remetem a tédio e solidão, sensações típicas de
quem cresceu num subúrbio.
Na faixa-título ou em "Suburban War" é recorrente a
imagem de um passageiro
num carro visitando essas
paisagens ricas, mas desoladas. Há um vazio que a sociedade de consumo não consegue preencher, parece nos
dizer o Arcade Fire.
THE SUBURBS
ARTISTA Arcade Fire
GRAVADORA Universal
(lançamento no fim de agosto)
QUANTO preço não definido
AVALIAÇÃO ótimo
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