|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BARBARA GANCIA
Canal Sony muda mais do que penteado da Salette Lemos
Só quem tem os órgãos internos blindados pode sobreviver ao horário eleitoral. Imagine
que, outro dia, peguei -na sequência- a Havanir, o Quércia e
o Pitta contando as histórias de
sempre para boi dormir. Um
atrás do outro. Antes vieram
aquele bigodudo fantasiado de
Torresmo que o Garotinho indica
para governador e a mal-ajambrada do partido nanico que não
teve nem mesmo o cuidado de sonorizar adequadamente a voz.
Fico pensando o que diria um
forasteiro que nada sabe sobre o
Brasil se fosse confrontado com o
nosso horário eleitoral. Aposto
um picolé de limão como ele pensaria que, no nosso país, ocupar
cargos públicos interessa principalmente aos insensíveis verborrágicos, que não fazem a menor
idéia da imagem que projetam e
que se consideram tão "ishpertos"
a ponto de vender até mesmo geladeira para esquimó.
Começa a propaganda gratuita
dos candidatos na TV e o coração
da gente vai murchando, murchando, até ficar do tamanho de
um rabanete. Nesse momento,
você só tem duas alternativas:
desligar o televisor ou fugir para a
TV paga. O pessoal reclama muito da TV paga, mas, na hora da
propaganda gratuita, ela funciona como refúgio ensolarado.
Tome o Sony, por exemplo. Sei
que o canal muda mais de programação do que a Salette Lemos
de penteado. Mas ainda prefiro
um dos novos seriados chochos,
como "Scrubs", a ouvir Maluf
contar que não pretende sair de
Sampa (era o que faltava o sujeito
se candidatar a governador de
São Paulo e depois mudar para
Santa Catarina, não é mesmo?).
Ainda prefiro ouvir a restauradora da porta do Batistério em Firenze afirmar, na caradura (em
entrevista ao canal TV5), que a
obra custou a mesma quantia
gasta na Guerra dos Cem Anos, a
ver o Levy Fidelix de camiseta da
seleção pregando a modernidade.
O presidente da NET, Luiz Antônio Viana, usou o canal do assinante (que fornece informações
sobre a operadora) para dizer que
os serviços da empresa são ruins e
que serão melhorados. Foi um
gesto arrojado, que merece aplauso. Mas, gesto por gesto, ainda fico
com o do Jô, que finalmente mandou o Bira sair do palco durante
uma entrevista para ir rir em outra freguesia. O Bira é uma flor,
mas aquela sua risada de rei Momo já torrou os pacovás.
Para terminar, um recadinho à
Golden Cross: temo que a empresa tenha parado no tempo. Só ela
acha que um menino de cinco ou
seis anos é capaz de ficar boquiaberto no dentista ao ver o Pelé.
Alô, Golden Cross! O Pelé dos guris se chama Ronaldo.
E-mail: barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/
Texto Anterior: Filmes e TV paga Próximo Texto: Televisão - Daniel Castro: Globo declara prejuízo de R$ 309 mi com Copa Índice
|