São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 2002

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FILMES

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Ataque ou Defesa
SBT, 14h20.

(Switching Goals). EUA, 1999. Direção: David Steinberg. Com Mary Kate Olsen, Ashley Fuller Olsen. Mãe exige do pai que suas filhas gêmeas tenham tratamento idêntico e que ele escale as duas em um time de futebol. Existe um pequeno problema: uma delas não leva o menor jeito para a coisa. Comédia feita para TV.

Ace Ventura - Um Detetive Diferente
Globo, 15h35.

(Ace Ventura: Pet Detective). EUA, 1994, 86 min. Direção: Tom Shadyac. Com Jim Carrey, Sean Young, Courteney Cox. Carrey começou a ficar famoso justamente aqui, ao fazer o detetive que busca um golfinho, mascote da equipe de futebol americano de Miami. Comédia que seguramente vai divertir a criançada -para quem, a bem da verdade, é dirigido- e mais ninguém.

Risco Duplo
Globo, 22h20.

(Double Jeopardy). EUA, 1999, 105 min. Direção: Bruce Beresford. Com Ashley Judd, Tommy Lee Jones, Bruce Greenwood. Depois que consegue a liberdade condicional, mulher vai às ruas dispostíssima a se vingar do marido. Ela tem boas razões: o sujeito se fez de morto, ela foi condenada por assassinato, ele ficou com a amante. O problema, para ele, é que agora ela tem um salvo-conduto, por não poder ser condenada duas vezes pelo mesmo crime, e Tommy Lee Jones, policial reconhecidamente caxias, investiga o caso. Inédito.

Os Sete Gatinhos
Bandeirantes, 22h45.

Brasil, 1985, 120 min. Direção: Lima Duarte. Com Lima Duarte, Antonio Fagundes, Ana Maria Magalhães, Regina Casé, Cristina Aché. Ao adaptar a obra do escritor Nelson Rodrigues sobre a decadência de uma família burguesa (liderada por Lima Duarte, que acaba por levar as sete filhas da casa à prostituição), Neville D'Almeida optou por uma grosseria tão espantosamente estridente quanto seus motivos são difíceis de compreender. O resultado é infinitamente inferior ao de "A Dama do Lotação", produção do mesmo realizador e igualmente baseada no mesmo autor.

Intercine
Globo, 2h30.

"Janela Indiscreta" (1954, de Alfred Hitchcock, com James Stewart, Grace Kellly) ou "Cotton Club" (1984, de Francis F. Coppola, com Richard Gere, Gregory Himes) vai ao ar como vencedor da disputa pelo direito de exibição, segundo os telespectadores.

TV PAGA

A arte de ser o vampiro e sua sombra

O que pode nos seduzir em "A Sombra do Vampiro" (Telecine Premium, 19h25)? Os mais cinéfilos dificilmente resistem ao prazer fetichista que sugere esta reconstituição (imaginária) das filmagens de "Nosferatu, o Vampiro".
Existe ainda John Malkovich como F.W. Murnau, insigne diretor de cujas águas beberam Hitchcock e o bom cinema americano.
Mas nada supera Willen Dafoe interpretando Max Schreck, o intérprete do temível Nosferatu.
O que imagina o filme é a hipótese de Schreck não interpretar, mas encarnar efetivamente Nosferatu. E o que Dafoe consegue é praticamente encarnar Schreck. Querendo ou não, tendemos a entrar de cabeça no vertiginoso abismo proposto pelo filme de E. Elias Merhige. (INÁCIO ARAUJO)

DOCUMENTÁRIO

Canal Brasil exibe curtas da periferia

DA REPORTAGEM LOCAL

"Maravilha Tristeza" e "Super Gato contra o Apagão", que o Canal Brasil exibe hoje em seu "Cinejornal", às 19h30 (com reapresentação às 23h), têm 40 autores, embora durem apenas cinco minutos cada um.
Ambos são resultado das oficinas culturais Kinoforum, uma iniciativa do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, e pertencem à primeira edição do projeto, de 2001.
Os 20 alunos (todos entre 17 e 25 anos de idade) da oficina promovida na Cohab Raposo Tavares produziram "Maravilha Tristeza". "Super Gato contra o Apagão" é resultado do trabalho desenvolvido com os participantes do curso na Freguesia do Ó.
O cineasta Christian Saghaart, coordenador das oficinas, diz que a idéia de dar aulas práticas e teóricas para incentivar a "formação do olhar" de pessoas que têm pouco contato com obras audiovisuais surgiu em 2000, durante uma mostra de filmes no Capão Redondo, periferia de São Paulo.
"Percebemos que, para ter mais diálogo com aquele público, precisaríamos conhecer o que eles gostariam de produzir", diz.
A seleção dos participantes das oficinas é feita por meio de uma ficha de inscrição em que o interessado descreve o argumento de um filme que deseja realizar.
"A experiência em audiovisual não é um critério de escolha. Tentamos identificar quem tem uma representação mais visual das próprias idéias", diz Saghaart.
Em sete dias de curso, os alunos aperfeiçoam os próprios roteiros e optam pela realização de "quatro ou cinco vídeos coletivos".
"Estamos mais interessados no processo do que em produzir trabalhos perfeitos, mas são surpreendentes a qualidade e a riqueza desse encontro de pontos de vista", diz o coordenador.
O programa de hoje traz, além dos dois vídeos e de seus "making of", depoimentos de Zita Carvalhosa, diretora do festival, da equipe e de alunos.
(SILVANA ARANTES)



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