São Paulo, sexta-feira, 26 de agosto de 2005

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ELETRÔNICA

Kevin Saunderson, expoente de Detroit, se apresenta hoje no D-Edge; DJ italiano Marco Carola estará no Lov.e

Pioneiro do tecno mostra clássicos em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A segunda leva de Detroit está vindo com Carl Craig no mês que vem. Antes, amanhã, Kevin Saunderson, pioneiro do tecno como o conhecemos hoje, se apresenta no clube D-Edge, em São Paulo.
Saunderson, que já veio ao país outras duas vezes, ganhou notoriedade nos anos 80 principalmente sob o nome Inner City, projeto com o qual produziu clássicos máximos da eletrônica: "Big Fun" e "Good Life".
"O projeto ficou parado por um bom tempo, em que me dediquei ao meu selo [KMS] e a outras produções. Mas voltamos a pouco tempo, no ano passado, com o single "Say Something'", disse à Folha. Esta última faixa traz novamente a colaboração do produtor com a vocalista Paris Gray.
Nos últimos anos, Saunderson tem tocado como DJ em vários países da Europa e da Ásia -nos EUA, pouco. "A cena de Detroit está crescendo, mas lentamente. Não é fácil fazer com que os americanos ouçam tecno com regularidade. Mas temos o festival, que dá um pouco de visibilidade."
O festival em questão é o Fuse-In, grande evento organizado anualmente na cidade que já teve Saunderson como curador. Hoje, aos 42 anos, ele é mais um que se rende ao pólo alemão. "Eles têm mais gente que gosta de tecno por lá, há muitos artistas, vários clubes bons, o mercado é forte."

Itália
"Realmente adoro o que aconteceu em Detroit, mas, musicalmente, não foi uma grande influência em meu estilo. Jeff Mills é um grande nome, claro, e me influenciou bastante. Mas a música de Detroit é baseada em melodia, em cordas. Meu som é mais funky, tribal." Assim se apresenta o italiano Marco Carola, que inicia o fim de semana tecno de São Paulo no clube Lov.e, hoje à noite.
E existe um tecno italiano? "Sim, existe o "italian tecno". É bem grooveado, com batidas funk, mas não tão pesado quanto o alemão. A Itália foi um grande país produtor de eletrônica nos anos 90 e me influenciou muito mais do que a música de Detroit."
Para Carola, a Alemanha de Alter Ego é o centro a se observar. "De certa forma, ali sempre foi a capital do tecno. Nos EUA, não há uma cena forte. Na Alemanha, a eletrônica sempre foi atuante. Cada cidade ali tem seu próprio som, seus próprios produtores. Eles são mais importantes e completos do que Detroit ou os EUA. Nada de novo está vindo de Detroit. Há os nomes já conhecidos, mas só."
Natural de Nápoles, Carola começou a tocar há 15 anos. Passou pela house, pelo tecno pesado e, agora, diz, está se voltando para o minimalismo. "Acredito que seja uma evolução. Comecei bem jovem, ouvia house italiana, mas sempre gostei de tocar diferentes estilos, um pouco de tudo. Mas, por causa de minhas produções, que costumam ser pesadas, fui rotulado de DJ de tecno pesado."
Carola é DJ técnico, costuma tocar com três toca-discos. "É uma forma interessante de criar novas texturas de canções, criar novas combinações."
Hoje, ainda no tecno, há o francês Oxia no clube Manga Rosa.
(THIAGO NEY)


Marco Carola
Quando:
hoje, às 23h30
Onde: Lov.e (r. Pequetita, 189, São Paulo; tel. 0/xx/11/3044-1613)
Quanto: de R$ 15 a R$ 30

Oxia
Quando: hoje, às 23h30
Onde: Manga Rosa (pça. Soneto, 1.754, São Paulo; tel. 0/xx/11/5507-3938)
Quanto: de R$ 20 a R$ 80

Kevin Saunderson
Quando: amanhã, às 23h30
Onde: D-Edge (al. Olga, 170, SP; tel. 0/ xx/11/3666-9022)
Quanto: de R$ 40 a R$ 60


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