PEDRO CIRNE DE ALBUQUERQUE
do Guia da Folha

A 26ª edição do Salão Internacional de Humor de Piracicaba abre no próximo sábado com números à altura da sua tradição -trata-se do salão de humor mais antigo do país. Além da exposição principal, que contará com 220 trabalhos selecionados de artistas de mais de 40 países, 12 mostras paralelas e o lançamento de oito livros transformam Piracicaba no principal centro do humor gráfico do Brasil.
A festa para os piracicabanos -e fãs de humor em geral- começa hoje com a abertura da mostra paralela "Pamonhas de Piracicaba". Estarão expostos trabalhos de artistas da própria cidade, como Erasmo Spadotto e Eduardo Grosso -este último segundo colocado no Prêmio Internet do Salão, em 1997.
O Salão de Piracicaba foi criado em 1974 para protestar contra o regime militar. Embora não seja tão contestatório como em seus primeiros anos, o Salão continua abrigando artistas que usam o humor para criticar.
Nessa linha estão as exposições "Rio de Lágrimas, uma Visão Muito Seca do Nordeste", do cartunista paraibano Fred, e "Os Quadrinhos de Angelo Agostini", com trabalhos do ilustrador que atacava com suas charges a escravidão no século 19.
A mostra "20 Anos de Anistia" traz um desenho feito em 1979 (ano da Lei da Anistia) e outro atual de 20 artistas, como Ziraldo, Jaguar e Miguel Paiva. Completam a exposição ilustrações de dez desenhistas que entraram no ramo depois de 1979, como o colaborador da Folha Marcelo Lélis e Marcos de Souza, o Quinho -ambos vencedores do Salão em versões passadas.
Há espaço ainda para mostras individuais dos brasileiros Edgar Vasques, Borjalo e André Toral, do belga O-Sekoer, do argentino Sergio Langer e do chileno Guilherme Bastías. Os irmãos Chico e Paulo Caruso e o italiano Lan comparecerão com caricaturas (leia texto nesta página).
Dois dos oito livros a serem lançados em Piracicaba questionam a política brasileira: "Falando Sério", com charges de Fred, e "FHC, quem te Viu e quem te Vê", do gaúcho Santiago.
Os outros livros são "Sem Perder a Linha", de Fausto Bergocce, "Caricatura - Imagem Gráfica do Humor", de Joaquim da Fonseca, "Os Ratos Também Choram", de Fernando Gonsales, "Sottovoce", de Edgar Vasques, "Adeus Chamigo Brasileiro - Uma História do Paraguai", de André Toral, e "Cithos", de Paulo e Chico Caruso e Lan.
A abertura para o público da exposição principal será no sábado, com apresentação do jornalista piracicabano Roberto Cabrini. Serão divulgados os premiados das categorias cartum, charge, caricatura e Gabriel Bastos Júnior (para HQs). Também será divulgado o primeiro colocado do Prêmio Internet, escolhido pelo internautas que visitarem o site do salão (http://www.salaodehumor.com.br).



Exposição: 26º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
Quando: abre sábado (dia 28), a partir das 20h; diariamente das 10h às 21h30
Onde: circo montado em frente ao armazém 14 do Engenho Central (av. Beira Rio, s/nº, após a ponte pênsil, Piracicaba)

Exposição: Pamonhas de Piracicaba
Quando: começa hoje, a partir das 20h; diariamente das 10h às 21h30
Onde: armazém 14-A do Engenho Central
Quanto: entrada franca


Texto Anterior: Artes Plásticas: 25ª Bienal de SP define seus curadores
Próximo Texto: Caruso e Verissimo tocam jazz
Índice