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Crítica
Parábola parece propaganda institucional
PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA
Diabolicamente bem-intencionado, "Promessas de um Cara de Pau"
(estranho título em português
para "Swing Vote", voto decisivo) joga fora uma boa idéia central e momentos divertidos em
nome da correção política e de
pretensiosa lição de civismo.
Este primeiro longa-metragem de Joshua Michael Stern,
também o roteirista, é uma fantasia inspirada nos episódios
tragicômicos que levaram
George W. Bush ao poder.
Stern imagina uma situação radical: um cenário de eleição em
que os dois candidatos à presidência estão empatados, em
que o voto de um cidadão apenas decidirá o pleito.
Este cidadão é Bud Johnson
(Kevin Costner, também produtor do filme), um pai solteiro
alienado e beberrão. Na verdade, quem votou por ele, às escondidas, foi sua filha Molly
(Madeleine Carrol), uma garota responsável que tenta transformar o pai em cidadão politicamente engajado. O retrato de
uma América em que os adultos são idiotizados e as crianças
conscientes parece um mero
estereótipo, sempre a serviço
da manipulação da platéia.
O cinema de Frank Capra é
modelo para esta parábola política, mas Stern não consegue
operar o milagre de Capra -filmes humanos e emocionantes.
Curiosamente, o filme não se
distancia do que procura criticar e mais parece propaganda
institucional em forma de longa-metragem, em defesa da democracia e do voto consciente.
PROMESSAS DE UM
CARA DE PAU
Produção: EUA, 2008
Direção: Joshua Michael Stern
Com: Kevin Costner, Dennis Hopper,
Madeleine Carrol
Onde: Cidade Jardim e circuito
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 10 anos
Avaliação: regular
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