São Paulo, sábado, 26 de outubro de 2002

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ENTRELINHAS

Editoras disputam na Justiça direito de cordel

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Bafafá no mercado editorial. Uma editora de pequeno porte, a paulistana Hedra, e uma de grandes medidas, a carioca Objetiva, estão disputando na Justiça quem é dono de um cordel do cearense Patativa do Assaré (1909-2002).
A história começa em 1999, quando a Hedra assinou contrato com Patativa no qual assumia os direitos de cinco textos, incluindo "História de Aladim e a Lâmpada Maravilhosa".
Em agosto deste ano, quando foram anunciados os livros que o governo compraria para o Programa Nacional Biblioteca da Escola, lá estava o mesmo cordel, como um dos cinco títulos a serem fornecidos pela Objetiva (tiragem de 522 mil exemplares). Em setembro as duas editoras chegaram a se reunir para resolver o assunto.
No último dia 8, o caso chegou à Justiça. A Objetiva entrou com ação e conseguiu liminar garantindo direito de prosseguir com a coleção governamental e impedindo ações judiciais da Hedra. O caso também está sendo analisado pela Procuradoria Geral do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

MAIS NOBEL
De repente, o húngaro Imre Kertész, Nobel de Literatura deste ano, virou o must. A Imago reeditou seu título do escritor. A Planeta, que ainda não estreou no país, já comprou outros quatro. Agora é a Companhia das Letras, que acaba de adquirir os dois próximos títulos do escritor: um de ensaios e um romance.

DISCO DE OURO
Prática comum no exterior, a de editoras darem prêmios literários, ganha exemplar nacional. A Record acaba de criar o Prêmio Recordista, que não louvará qualidade, mas a vendagem. São três categorias: Recordista Prata (vendas de 100 mil exemplares), Ouro (200 mil) e Platina (300 mil).

AMÉM
As livrarias brasileiras serão inundadas a partir de segunda pelo livrinho "Rosarium Virginis Mariae". Trata-se do tradicional rosário com os cinco "mistérios da luz" que o papa João Paulo 2º acrescentou no último dia 17.

FORA DA ESTANTE

Nem com o Nobel de Literatura nas costas, que ganhou em 1985, Claude Simon seduziu o mercado brasileiro. Um dos principais autores da língua francesa e pilar do "nouveau roman", movimento que mostrou nos anos 50 um novo caminho para o realismo, ele permanece quase inédito aqui. O pouco lançado, entre eles "Estrada para Flandres", não se acha. Dos recentes, como "Le Tramway" (que lançou em 2001, aos 88), nem se fala.

  SEGUNDA O jornalista Marco Antônio Tavares Coelho lança seu "Rio das Velhas: Memória e Desafios" (Paz e Terra) na livraria Cultura (tel. 0/xx/11/3285-4033, SP). 00  TERÇA A Biblioteca Nacional (tel. 0/xx/21/2220-9367) comemora hoje 192 anos com série de eventos. 00   TERÇA O professor de filosofia italiano Mario Perniola é atração do Café Filosófico da livraria Cultura (tel. 0/xx/11/3285-4033, SP)00  QUARTA "Aleksandr Sokúrov" (editora Cosac & Naify), volume sobre o cineasta russo organizado pelo jornalista Alvaro Machado, será lançado no Cinesesc (tel. 0/xx/11/3082-0213) com exibição do filme "A Voz Solitária do Homem"


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