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PALESTRA
Jornalista polonês falou em evento anteontem
"A África é o grande laboratório da humanidade", diz Kapuscinski
DA REPORTAGEM LOCAL
Durante 40 anos o polonês
Ryszard Kapuscinski perscrutou
cada canto do continente africano. Essas quatro décadas como
correspondente internacional
primeiro viraram o livro "Ébano
-°Minha Vida na África", que saiu
recentemente no Brasil. Anteontem essas andanças africanas viraram palestra em auditório lotado de São Paulo.
Em conversa de duas horas, o
escritor e jornalista polonês fez
um retrato abrangente desse que
considerou "o grande laboratório
da humanidade".
Na palestra na livraria Cultura
do shopping Villa-Lobos, que
promoveu o evento com a Companhia das Letras e a Folha, Kapuscinski afirmou que em nenhuma outra parte do mundo se pode
ver com tanta clareza as mazelas
do ser humano. "Racismo, tribalismo e limpeza étnica estão presentes no cotidiano africano."
Tido como um dos grandes correspondentes internacionais da
história do jornalismo, ele diz que
o continente não é uma civilização de desenvolvimento, mas,
sim, "de sobrevivência".
Os problemas teriam começado
já nas adversidades naturais do
terreno africano, hoje dividido
em 42 países e habitado por 900
milhões de pessoas. "Tem o clima
muito difícil de lidar, o solo muito
ruim e a falta de água potável."
Também enumerou três obstáculos não-nativos do continente.
Os 300 anos de tráfico de escravos, os cem anos de colonização
européia e a "crise do Estado pós-colonial", que ele classificou como "razão de todos os grandes
problemas do Terceiro Mundo".
O evento terminou com 40 minutos de autógrafos.
(CEM)
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