DA REPORTAGEM LOCAL

O educador, ensaísta e antropólogo mineiro Darcy Ribeiro, morto em 1997, aos 75 anos, decidiu que, se fosse comemorado algo em torno de seu nome, o melhor seria que todos lembrassem seu nascimento. Hoje ele completaria 80 anos, e a fundação dedicada à preservação de sua memória e obra promove agora o lançamento do caderno "Fazimentos".
"Ele não queria que as pessoas o homenageassem na data de seu desaparecimento; por isso, todos os anos, aqui na fundação, fazemos uma pequena festa para lembrar seu aniversário", diz Tatiana Chagas Memória, presidente da Fundação Darcy Ribeiro.
Na noite de ontem, aconteceu um coquetel na sede da entidade, no Rio de Janeiro, para a apresentação oficial de "Fazimentos", com textos de Ribeiro, que foi colunista da Folha, e do arquiteto Oscar Niemeyer.
"Eles participaram da criação da Universidade de Brasília e depois prosseguiram, com os anos, trabalhando juntos. Realizaram o Sambódromo, o projeto educacional dos Cieps (Centro Integrado de Educação Pública) e o Memorial da América Latina. Era uma parceria", afirma Memória.
O nome "Fazimentos" é uma criação do próprio Darcy Ribeiro, que resumiu sua trajetória da seguinte forma: "Obras, escritos, cargos, fiz, tentei e exerci muitos. Nisto gastei minha vida. Uns poucos deles ficaram com a minha marca nos mundos que passei, enquanto passava. Um sambódromo, um parque indígena, museus, muitas bibliotecas, demasiados ensaios, quatro romances, muitíssimas escolas, algumas universidades. Não é pouco, quisera mais. Muito mais (...). Sou um homem de fazimentos". (MR)