DA REDAÇÃO

Em seus álbuns, Ian Pooley mistura house com música latina, soul, Marcos Valle (?!)... Mas não espere muito disso no clube Lov.e, hoje, durante a discotecagem do DJ alemão, que se apresenta pela primeira vez no Brasil.
Pooley chega para tocar e para promover seu novo disco, "Souvenirs", lançado na Europa, que tem a participação do bossa novista Marcos Valle nos vocais, entre outros. "Toda a concepção do disco foi planejada a partir dos convidados", diz Pooley à Folha. "Queria trabalhar com pessoas diferentes, e as canções foram estruturadas exatamente para isso. Passei bastante tempo produzindo sozinho, estava cansado."
Manipulando vinis em pick-ups desde 1990, Pooley diz que teve contato com música brasileira (claro, "samba e bossa nova", diz ele) em 1995. "Comecei a ouvir essas coisas apenas por prazer. Depois fui comprando mais e mais discos, me interessando, e isso acabou influenciando minhas produções."
A moral de Pooley no meio é alta: além de tocar em clubes e festas bem conhecidas por Europa e Ásia, o DJ alemão já foi encarregado de remixar Dee Lite, Cardigans e Yello, entre outros. "Gosto de fazer remixes, mas depende da música que me oferecem; se eu não gostar, não adianta, não faço."
Num clube, como hoje no Lov.e, Pooley desenha outro tipo de música. "Meus sets são diferentes de meus discos. Quando toco em clubes, apresento músicas que tenham a cara de pista, coisas mais agitadas. Os álbuns são mais para serem ouvidos em casa."
DJ de house, Pooley afirma que não se sente um "peixe fora d'água" no cenário da dance music da Alemanha. "Existe essa percepção de que na Alemanha só se produz e se escuta tecno e electro, e isso não é verdade. A cena house aqui é grande, existe há muito tempo e muita gente gosta, vai aos clubes. Mas, claro, o tecno é enorme na Alemanha." (TN)