São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CDs

MPB
Álbum Musical 2

FRANCIS HIME E CONVIDADOS
Gravadora: Biscoito Fino; Quanto: R$ 32, em média; Avaliação: bom
A implicância com mais um disco na linha "fulano e convidados" (este, pelo menos, não é de duetos; Francis Hime cuida de arranjos e pianos, mas as interpretações são solo) fraqueja na primeira faixa, inteligente versão de Zeca Pagodinho para "Amor Barato". O repertório de primeira linha é muito bem tratado por Luiz Melodia em "O Rei de Ramos", Ed Motta em "À Meia-Luz", Mônica Salmaso em "Mariposa" e Adriana Calcanhotto em "Saudade de Amar". As divisões escolhidas por Simone em "Maravilha" e o acanhamento de Teresa Cristina em "Promessas, Promessas" são pontos baixos.
POR QUE OUVIR: A excelência da obra de Hime impede que as regravações se tornem maçantes. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

Pop
A Hundred Million Suns

SNOW PATROL
Gravadora: Universal; Quanto: R$ 27, em média; Avaliação: regular
O Snow Patrol é daquelas bandas que muita gente do rock alternativo adora odiar. Isso porque, assim como Coldplay e Travis, a banda teve suas origens na cena indie, mas, devido ao som melódico, romântico e pop, começou a agradar a um público mais amplo -e menos exigente. "A Hundred Million Suns" consolida essa opção ao apresentar mais do mesmo. Os escoceses parecem, em vários momentos, compor canções só pensando na hora de o público acender isqueiros em show.
POR QUE OUVIR: Os escoceses crescem quando introduzem um ou outro desafio mais "artístico", como nos quase 16 minutos de duração de "The Lightning Strike: What If This Storm Ends?/The Sun", com pianos à Philip Glass. (BYS)

POP
Burt Bacharach com a Sinfônica de Sidney

BURT BACHARACH
Gravadora: Universal; Quanto: R$ 33, em média; Avaliação: ruim
Bacharach, hoje com 80 anos, foi um dos "grandes" da música essencialmente comercial dos EUA nos anos 60 e 70. Um sentido agudo da melodia ("What's New Pussycat", "Raindrops Keep Fallin" on My Head") deram-lhe prodigiosa projeção e fizeram dele um milionário da produção descartável. Bela traição para um ex-aluno de Milhaud e Martinu.
POR QUE NÃO OUVIR: Bacharach é um amontoado de clichês musicais, de frases previsíveis. As 32 faixas do CD refletem o saudosismo anacrônico para consumo da terceira idade. Em definitivo, e com aquele chatíssimo trompete, é no máximo a expressão do kitsch ou música de elevador. (JOÃO BATISTA NATALI)

SERTANEJO
Zezé Di Camargo e Luciano

ZEZÉ DI CAMARGO E LUCIANO
Gravadora: Sony&BMG; Quanto: R$ 23, em média; Avaliação: ruim
A dupla aplica no seu trabalho, com inegável talento, marcas estéticas que dominam a cultura de massa: as emoções derramadas, sem sutilezas; o achatamento das diversidades culturais, com o sertanejo ganhando roupas, gírias e sonoridades urbanas; o vocabulário precário etc. Com ou sem sociologia de botequim, o disco é ruim. Não por acaso, a melhor faixa é o bem-humorado forró "Nós Namora", pois a letra não se leva a sério. Das românticas, a de maior qualidade é "A Distância". Afinal, é de Roberto e Erasmo. E a versão instrumental de "É o Amor" é a única que respeita o silêncio.
POR QUE NÃO OUVIR: Não há nenhuma informação nova sobre amor ou música. É tudo rebarbativo. (LFV)


Texto Anterior: Crítica/"Go Away White" e "4:13 Dream": Bauhaus e The Cure voltam com as origens do rock gótico
Próximo Texto: Conexão pop: Mais festivais em SP
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.