DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Pedra fundamental na história dos mangás, os quadrinhos japoneses que a cada ano engolem uma fatia maior do mercado mundial de HQs, a série "Lobo Solitário", criada por Kazuo Koike e Goseki Kojima, na década de 70, está de volta às bancas brasileiras desde a semana passada.
Publicado pela Panini, o épico de 28 volumes narra a história do samurai Itto Ogami, que após ter sua mulher assassinada passa a perambular pelas vilas do Japão feudal oferecendo seus talentos com a espada como mercenário.
Com ele, segue viagem Daigoro, o filho que sobreviveu à morte da mãe e que agora presencia o pai em ação nas mais sangrentas tarefas a que o ronin se propõe.
Por sua narrativa consistente, apoiada em pesquisas sobre a história e os costumes do período Edo (1600-1867), e pela força dos desenhos de Kojima (morto em 2000), "Lobo Solitário" obteve grande sucesso no Japão e chegou pela primeira vez ao Ocidente nos anos 80. Desde então, ganhou admiradores de peso, como o quadrinista Frank Miller, que, além de fazer as capas para algumas das edições americanas de "Lobo Solitário", criou uma série inspirada na obra, "Ronin".
A republicação do material por aqui vinha sendo esperada pelos leitores há mais de dez anos. No final da década de 80, a editora Cedibra lançou nove edições da série, mas cancelou. Pouco depois, foi a vez de a Sampa retomar o material, mas as edições foram novamente interrompidas em 93, sem que os brasileiros pudessem ler o final da saga de Ogami.
A nova versão da Panini tem formato menor, semelhante ao produzido pela editora americana Dark Horse, e segue o modelo de leitura oriental de quadrinhos -da direita para a esquerda.
O primeiro volume, intitulado "O Caminho do Assassino", inclui um glossário de termos japoneses, indispensável para a compreensão total da história.