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MUNDO POP
Advogados renegociam dívidas do cantor, cuja garantia é catálogo dos Beatles
Michael Jackson luta para se livrar da bancarrota
ANDREW GUMBEL
DO "INDEPENDENT", EM LOS ANGELES
Representantes legais do cantor
Michael Jackson lutam desde a última quinta-feira para evitar o colapso financeiro do astro. Chegado o prazo final para o pagamento
de uma dívida, credores começaram a assombrar seus mais preciosos bens, inclusive a milionária
cota de 50% que Jackson tem do
catálogo musical dos Beatles.
Os advogados e o irmão de Jackson, Randy, passaram os últimos
dias negociando com o Fortress
Investment Group, firma com sede em Nova York, que controla as
dívidas do excêntrico astro, para
renegociar o pagamento para daqui a seis meses, com uma taxa de
juros mensal de 9,5% -bem acima do valor de mercado.
Rescisão
As negociações têm sido bastante difíceis, por conta de relatórios
segundo os quais Jackson não havia conseguido pagar a sua cota
mensal de juros no mês de outubro. Em outras palavras, a Fortress tem que decidir se quer permanecer lucrando com as dívidas,
ou se o risco de calote é tão grande
que deveria insistir em imediata
rescisão.
O catálogo dos Beatles, estimado entre US$ 200 milhões (R$ 465
milhões) e US$ 500 milhões (quase R$ 1,2 bilhão), está sendo mantido como uma garantia.
Na sexta-feira, os advogados de
Jackson tentavam aliviar a gravidade da situação, dizendo aos jornalistas que estavam confiantes
de que, no máximo até o fim da
semana, chegariam a um acordo
de renegociação.
"Não há um dia do Juízo Final
ou coisa parecida", disse o advogado de Jackson, Brent Ayscough,
em entrevista à agência de notícias Reuters. "No momento, as
pessoas ainda estão negociando."
Dívidas legais
Apesar do otimismo de seus advogados, as finanças do astro não
parecem estar nada bem. Ele tem
uma montanha de dívidas legais,
em conseqüência do longo processo por abuso sexual de crianças, que culminou com sua absolvição em junho.
Jackson também tem enfrentado dificuldades com os pagamentos da hipoteca da casa da família
em San Fernando Valley, Los Angeles. E alguns repórteres levantam a hipótese de que sua mãe e
irmãos terão que sair da casa até o
fim de dezembro.
Há também constantes boatos
sobre problemas financeiros no
rancho Neverland, ao norte de
Santa Barbara, na Califórnia, cuja
manutenção anual custa a bagatela de US$ 5 milhões (aproximadamente R$ 12 milhões). Enquanto
isso, Jackson parece ter acampado
em Bahrein, no Golfo Pérsico, onde, nos últimos meses, é hóspede
do príncipe Salman bin Hamad
Khalifa.
Numa desesperada tentativa de
levantar mais dinheiro na última
hora, o cantor está relançando alguns dos sucessos dos seus anos
de glória, começando por "Thriller", que chegará às lojas do Reino Unido no próximo dia 23 de
janeiro.
Fora isso, sua carreira musical
parece moribunda. Jackson
anunciou com grande pompa, depois que o furacão Katrina atingiu
os Estados Unidos em agosto, que
ele estava produzindo um disco
para levantar dinheiro para as vítimas da catástrofe. Mas o tal disco ainda não se materializou.
Tudo indica que os negócios de
Michael Jackson estão se deteriorando e caminhando para um colapso e sórdidas recriminações.
Dois antigos empregados estão
processando o cantor, alegando
que ele lhes deve milhões de dólares. A gravadora Sony Music parece estar esperando o momento
oportuno para entrar em cena e
adquirir a sua metade do catálogo
dos Beatles e outros bens musicais, inclusive canções famosas de
Bob Dylan, Elvis Presley e Sly and
the Family Stone. E tem participado das conversas de renegociação
das dívidas.
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