São Paulo, segunda-feira, 26 de dezembro de 2005

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QUADRINHOS

"Tom Strong" e "Top Ten" são lançados no mercado nacional, que ainda recebe nova edição de "Watchmen"

Heróis de Alan Moore chegam ao Brasil

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

No mês do Natal, os fãs de quadrinhos ganharam de presente um fenômeno raro nas bancas: a chegada de três obras de Alan Moore, um dos maiores quadrinistas de todos os tempos.
A menos nova -porém mais famosa- delas é "Watchmen", relançada pela editora Via Lettera, que solta agora o segundo volume da série (128 págs., R$ 42).
As novidades vêm da Devir Livraria, que lança "Tom Strong -°um Século de Aventuras" (208 págs., R$ 45) e "Top Ten - Contra o Crime" (208 págs., R$ 42).
As três obras giram em torno de um mundo povoado por super-heróis, mas as abordagens de Moore em cada série são completamente distintas. Em "Watchmen" ele vislumbra o nosso mundo real (com políticos reais, fatos históricos reais etc.) com heróis que são, em sua maioria, pessoas comuns -apenas bem treinadas, usando equipamentos especiais e vestidas com fantasias.
Em "Top Ten" o cenário é o oposto: todos os habitantes da fictícia Neópolis são deuses ou heróis com superpoderes e superequipamentos. A saga acompanha as aventuras dos policiais do décimo distrito -o tal Top Ten-, responsável pela manutenção da ordem e da segurança na cidade.
Narrada como uma série policial televisiva, "Top Ten" é o melhor dos trabalhos recentes de Moore ("recentes" em terras brasileiras; a história original, assim como a de "Tom Strong", é de 1999). O roteiro alterna suspense, humor e aventura de maneira engenhosa. Os personagens são interessantes e cativantes, incluindo um cachorro falante que usa um exoesqueleto robótico (o sargento Kemlo). E a arte, a cargo de Gene Ha, é um primor de detalhes e de referências.
"O que eu tentei fazer em "Top Ten" foi destilar os elementos que achei interessantes em todos os grupos de super-heróis já criados e colocá-los numa grande novela, num pacote variado que, com sorte, vai permitir que possamos ser tão inovadores, experimentalistas e futuristas quanto possível no estilo e na narrativa", explica Moore no texto de divulgação.
Já "Tom Strong" remete às histórias de heróis do começo do século passado, com um tom ingênuo, um traço clássico e inúmeras referências à ciência e aos estereótipos do gênero de aventuras.
O personagem-título é um herói que foi criado em uma ilha tropical, dentro de uma câmara especial e com um regime educativo e alimentar que visava (e consegue) criar o ser humano perfeito, alto, forte, inteligente e heróico.
Acompanhado por sua mulher, Dhalua, sua filha, Tesla, o gorila falante Rei Salomão e o robô-mordomo Pneuman, Tom enfrenta todo tipo de ameaça, desde o gênio do mal que nunca morre até os superavançados Aztecas de uma dimensão paralela. Ou seja, o clima é de sessão da tarde.


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