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QUADRINHOS
"Tom Strong" e "Top Ten" são lançados no mercado nacional, que ainda recebe nova edição de "Watchmen"
Heróis de Alan Moore chegam ao Brasil
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
No mês do Natal, os fãs de quadrinhos ganharam de presente
um fenômeno raro nas bancas: a
chegada de três obras de Alan
Moore, um dos maiores quadrinistas de todos os tempos.
A menos nova -porém mais
famosa- delas é "Watchmen",
relançada pela editora Via Lettera, que solta agora o segundo volume da série (128 págs., R$ 42).
As novidades vêm da Devir Livraria, que lança "Tom Strong
-°um Século de Aventuras" (208
págs., R$ 45) e "Top Ten - Contra
o Crime" (208 págs., R$ 42).
As três obras giram em torno de
um mundo povoado por super-heróis, mas as abordagens de
Moore em cada série são completamente distintas. Em "Watchmen" ele vislumbra o nosso mundo real (com políticos reais, fatos
históricos reais etc.) com heróis
que são, em sua maioria, pessoas
comuns -apenas bem treinadas,
usando equipamentos especiais e
vestidas com fantasias.
Em "Top Ten" o cenário é o
oposto: todos os habitantes da fictícia Neópolis são deuses ou heróis com superpoderes e superequipamentos. A saga acompanha
as aventuras dos policiais do décimo distrito -o tal Top Ten-,
responsável pela manutenção da
ordem e da segurança na cidade.
Narrada como uma série policial televisiva, "Top Ten" é o melhor dos trabalhos recentes de
Moore ("recentes" em terras brasileiras; a história original, assim
como a de "Tom Strong", é de
1999). O roteiro alterna suspense,
humor e aventura de maneira engenhosa. Os personagens são interessantes e cativantes, incluindo
um cachorro falante que usa um
exoesqueleto robótico (o sargento
Kemlo). E a arte, a cargo de Gene
Ha, é um primor de detalhes e de
referências.
"O que eu tentei fazer em "Top
Ten" foi destilar os elementos que
achei interessantes em todos os
grupos de super-heróis já criados
e colocá-los numa grande novela,
num pacote variado que, com
sorte, vai permitir que possamos
ser tão inovadores, experimentalistas e futuristas quanto possível
no estilo e na narrativa", explica
Moore no texto de divulgação.
Já "Tom Strong" remete às histórias de heróis do começo do século passado, com um tom ingênuo, um traço clássico e inúmeras
referências à ciência e aos estereótipos do gênero de aventuras.
O personagem-título é um herói
que foi criado em uma ilha tropical, dentro de uma câmara especial e com um regime educativo e
alimentar que visava (e consegue)
criar o ser humano perfeito, alto,
forte, inteligente e heróico.
Acompanhado por sua mulher,
Dhalua, sua filha, Tesla, o gorila
falante Rei Salomão e o robô-mordomo Pneuman, Tom enfrenta todo tipo de ameaça, desde
o gênio do mal que nunca morre
até os superavançados Aztecas de
uma dimensão paralela. Ou seja, o
clima é de sessão da tarde.
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