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Braguinha é enterrado ao som de suas músicas
Mangueira homenageia compositor
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Ao som das músicas que o
consagraram, o compositor
Braguinha foi enterrado ontem
à tarde no Cemitério São João
Batista, em Botafogo (zona sul
do Rio). Cerca de 40 pessoas
acompanharam a despedida.
"Na semana passada houve
uma reunião para planejar as
comemorações do centenário
do Braguinha [que seria em
março]. Ele seria homenageado
em vida. Mas vamos fazer mesmo assim", disse o cantor e
compositor Martinho da Vila.
A chegada ao velório da mulher de Braguinha, Astrea Cantolino Braga, 92, foi o momento
de maior emoção. Sentada ao
lado do caixão, ela chorava.
"Carlinhos, por que você foi antes?", dizia. Junto com os presentes, ela entoou músicas como "Carinhoso", "Chiquita Bacana", "As Pastorinhas" e
"Flamboyant", cuja letra estava
ao lado do caixão, e contém versos como: "Quando eu morrer,
não se esqueçam, não se esqueçam de plantar um flamboyant
junto à terra, à terra em que eu
descansar, pois eu quero que os
meus sonhos, meus sonhos de
sonhador, abram-se em flores
vermelhas, vermelhas de muito
amor".
O velório, na Câmara dos Vereadores, teve as visitas do prefeito do Rio, Cesar Maia, do governador eleito, Sérgio Cabral
Filho, acompanhado de seu pai,
o crítico de música Sérgio Cabral. Ao prefeito, a família pediu que plante um flamboyant
ao lado da estátua que o homenageia, em Copacabana.
Também em homenagem a
Carlos Alberto Ferreira Braga,
o Braguinha, haverá o desfile de
Carnaval da escola mirim Mangueira do Amanhã, que levará
ao Sambódromo a reedição do
enredo "Yes, Nós Temos Braguinha", vitorioso em 1984.
"A homenagem já estava
marcada, e ele iria desfilar no
abre-alas. É um imortal da cultura do país", disse o presidente
da Mangueira, Percival Pires.
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