São Paulo, quarta-feira, 26 de dezembro de 2007 |
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Histórias em família Walter Carvalho e seu filho Lula, que se preparam para rodar "Budapeste", se juntam ao irmão e tio Vladimir para falar de cinema
SILVANA ARANTES DA REPORTAGEM LOCAL O cineasta Vladimir Carvalho escuta até hoje um som que, desde a década de 1940, cessou de tocar em seus ouvidos. Era com uma campainha que o Cine Teatro Ideal avisava à população de Itabaiana (PB) que haveria sessão, nos dias em que o trem chegava trazendo rolos de filme. "Ainda ouço aquele som", conta Carvalho. Filho do intelectual autodidata e comunista convicto Luiz Martins de Carvalho, Vladimir ia ao cinema ainda criança. Quando viu "O Homem de Aran" (1934), do mestre dos documentários Robert Flaherty, deu-se conta de que gostaria de viver fazendo algo semelhante, ou seja, "uma arte que não é sectária, mas não tem a gratuidade da firula estética; que é compromissada com uma idéia de transformação", resume ele. No mês passado, Vladimir estava na platéia que assistia ao encerramento do Festival de Brasília quando os auto-falantes ecoaram seu nome, comparado não a Flaherty, mas a outro ícone do documentarismo. "Dedico este prêmio ao meu tio, Vladimir Carvalho, o Vertov do sertão", disse Lula Carvalho, representante da terceira geração da família Carvalho dedicada ao cinema. Ele recebia o troféu Candango de melhor fotografia pelo curta "Trópico das Cabras". Filho do multipremiado fotógrafo Walter Carvalho, Lula (homônimo do avô) dedicou o prêmio a Vladimir, que lhe ensinou a ser "flamenguista e comunista, coisas que são pilares de uma visão de mundo". Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta Próximo Texto: Influência caseira marca trajetória dos Carvalho Índice |
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