|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica/"Coração de Tinta - O Livro Mágico"
Longa desperdiça homenagem à literatura
ALESSANDRO GIANNINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mo (Brendan Fraser)
faz parte de uma linhagem especial, os
Língua de Prata. Quando lê em
voz alta, materializa os personagens dos livros. Ele descobre
a habilidade ao ler junto com a
mulher uma história para a filha pequena. Mas essa mágica
tem o poder de maldição, já que
a materialização implica troca
com o mundo real.
Além disso, não se sabe exatamente o que o mundo literário pode reservar como surpresa e o que eventualmente levará em troca. Essas são, em resumo, uma parte da história e a
premissa básica de "Coração de
Tinta", baseado no livro homônimo da escritora alemã Cornelia Funke, uma versão germânica da criadora de Harry
Potter, J.K. Rowling.
Anos depois, Mo e sua filha
Maggie (Eliza Bennett) reaparecem na Europa à procura de
uma cópia do livro que ele leu
naquela noite, "Coração de
Tinta". Na ocasião, a mãe, Resa
(Sienna Guillory), foi sugada
para as páginas do livro, enquanto um vilão medieval, Capricórnio (Andy Serkis), se materializou no mundo real -ao
descobrir o segredo, ele se
transforma em um gângster
moderno, que queima livros
para evitar que volte. A missão
de pai e filha é reaver o livro para tentar desfazer a troca e restabelecer o equilíbrio entre o
mundo real e o literário. É uma
bela homenagem à literatura e
a leitura, que acaba se perdendo entre tantas referências e
reviravoltas.
Faz tempo que, inspirada em
Rowling e no sucesso multimídia de seu menino-bruxo, Funke tenta emplacar um sucesso
no cinema. Começou com o fraquíssimo "O Senhor dos Ladrões", também baseado em livro de sua autoria. "Coração de
Tinta" é uma empreitada ainda
maior, já que a autora figura como produtora. Para a direção,
escolheu o inglês Iain Softley,
cuja realização mais recente é
"A Chave Mestra". Para escrever o roteiro, contratou o americano David-Lindsay Abaire,
que assinou o script da animação "Robôs" e já está trabalhando em "Homem-Aranha 4". As
referências em ambos os casos
não são as melhores e isso vai se
refletir negativamente na tela.
CORAÇÃO DE TINTA
Direção: Iain Softley
Produção: Inglaterra/EUA/Alemanha, 2008
Com: Brendan Fraser e Andy Serkis
Onde: em cartaz no Frei Caneca Unibanco Arteplex e circuito
Classificação: livre
Avaliação: regular
Texto Anterior: Crítica: Filme relativiza a adesão ao nazismo Próximo Texto: Designer cria ícones para artistas nacionais Índice
|