São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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Nas lojas

Documentário
Soy Cuba - O Mamute Siberiano
VICENTE FERRAZ
Distribuidora:
Imovision; Quanto: R$ 49,90
Avaliação: ótimo
O cinema teve em "Soy Cuba", concebido como um épico em louvor à Revolução Cubana, um de seus filmes mais enigmáticos. Dirigido por Mikhail Kalatozov, sua produção foi celebrada, mas seu lançamento nos anos 60 se constituiu em um enorme fracasso e em um trágico esquecimento por décadas. O carioca Vicente Ferraz empreende uma verdadeira descoberta arqueológica em "Soy Cuba - O Mamute Siberiano", que ganha apurada versão em DVD, com o longa acrescido de dois curtas-metragens (bem interessantes) e de uma entrevista de Ferraz. Pouco após a redescoberta de "Soy..." feita por Scorsese e Coppola, Ferraz narra com inventividade seus bastidores. A virtuosa equipe soviética, com os prestigiados Kalatozov (ganhador de uma Palma de Ouro em Cannes-58 por "Quando Voam as Cegonhas") e o diretor de fotografia Sergei Urusevsky, pretendia compor um registro cinematográfico com tintas de realismo socialista. Encontram um país de raízes afro-caribenhas e de difícil apreensão para eles. Reinterpretam isso com recursos cinematográficos poucas vezes vistos no cinema. (MARIO GIOIA)

Documentário
Hércules 56
SILVIO DA-RIN
Distribuidora:
VideoFilmes; Quanto: R$ 46, em média; Avaliação: bom
Em 1969, no auge da ditadura militar no Brasil, duas organizações da guerrilha urbana, o MR-8 e a ALN, seqüestram no Rio o embaixador norte-americano e exigem a libertação de 15 presos políticos. O episódio, tratado no filme "O que É Isso, Companheiro?" (1997), de Bruno Barreto, é reconstituído em minúcias neste documentário ao mesmo tempo didático e crítico. Participantes do seqüestro (entre eles o atual ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social) relembram os fatos em torno de uma mesa. A conversa é entremeada por depoimentos dos presos libertados (entre eles José Dirceu e Vladimir Palmeira), que deixaram o país rumo ao México num avião Hércules-56, da Força Aérea Brasileira. Nos extras do documentário, há muitas informações suplementares e material de arquivo.
(JOSÉ GERALDO COUTO)

Animação
Coleção Clássica Pica-Pau e Amigos - Vol. 2

WALTER LANTZ
Distribuidora:
Universal; Quanto: R$ 30, em média;
Avaliação: bom
O Pica-Pau criado por Walter Lantz é politicamente incorreto, dirige correndo, foge da polícia e até morre só para poder aprontar no Céu. Ele quer sempre se dar bem e tem tiradas geniais, mas isso não impede que ele também se dê mal e, às vezes, receba umas boas bordoadas. Este segundo volume da coleção abrange desenhos de 1942 a 1947, com o Pica-Pau em versão mais amalucada em três episódios e outros cinco com ele em traço mais "clean". O desenho faz críticas engraçadas ao consumismo, ao ritmo acelerado da vida moderna e a algumas paixões americanas, como o beisebol e os carrões. Algumas expressões idiomáticas se perdem na tradução, mas, como atestam os índices do Ibope da Record (por volta dos nove pontos), a animação não perdeu a sua força -e este DVD dá a chance de ouvir o áudio no original. Pena que a remasterização não confira ao desenho uma cor mais definida do que a que vemos hoje na televisão. (LÚCIA VALENTIM RODRIGUES)

Drama
Reine sobre Mim
MIKE BINDER
Distribuidora:
Columbia; Quanto: R$ 30, em média; Avaliação: regular
Os atentados de 11 de setembro de 2001 ganham do diretor, roteirista e ator Mike Binder ("A Outra Face da Raiva") leitura mais intimista, concentrada nos efeitos da perda da mulher e das três filhas em um dentista (Adam Sandler, em papel dramático que usa humor moderadamente) que se afasta do convívio social e se recusa a falar do passado. Um ex-colega de faculdade (Don Cheadle) o reencontra, após anos, e procura trazê-lo de volta à vida, com a ajuda de uma jovem terapeuta (Liv Tyler). No fundo, os dois precisam de ajuda, e a retomada da amizade promoverá trocas nem sempre positivas. Rodado em locações nas ruas de Nova York, faz ótimo aproveitamento dos ambientes para caracterizar a solidão e a angústia dos personagens que, no entanto, às vezes parecem pouco humanos e muito esquemáticos. O título faz referência a uma canção de Pete Townshend para a banda The Who, "Love, Reign O'er Me", regravada pelo Pearl Jam. (SÉRGIO RIZZO)


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