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Artistas da próxima Bienal de São Paulo também destacam violência
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é a primeira vez que Steve McQueen usa a violência como ponto de partida para uma
obra. Em seu filme "Hunger",
premiado há dois anos em Cannes, dramatizou a greve de fome de Bobby Sands, ativista do
IRA, o Exército Republicano
Irlandês, que morreu em protesto contra o governo de Margaret Thatcher nos anos 80.
Sem muitas palavras e com
cenas que evocam o expressionismo agudo de um Francis Bacon, causa desconforto. Põe a
miséria humana, o corpo que
definha, no centro da ação.
Ainda inédito no Brasil, o
longa pode ser exibido na próxima Bienal de São Paulo, junto
de uma obra que McQueen ainda está produzindo para esta
edição da mostra paulistana,
que começa em setembro.
Violência e guerra também
aparecem na obra de outros artistas já confirmados na Bienal
de 2010. Harum Farocki, videoartista alemão, está de olho
nos traumas de guerra dos soldados norte-americanos em
combate no Oriente Médio.
José Antonio Vega Macotela
expõe o sofrimento atrás das
grades de um presídio na Cidade do México, trocando favores
do lado de fora da prisão por
obras feitas pelos detentos
trancados em suas celas.
Na dimensão econômica do
conflito, a cineasta belga Chantal Akerman vai explorar as origens da crise imobiliária que
descambou para o colapso financeiro a partir do retrato de
uma comunidade norte-americana, a parte pelo todo, que tenta entender como um lado desperta a ira do outro.
(SM)
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