DA CRÍTICA DA FOLHA

Festejando dez anos, a Série Antares de Dança traz programação enxuta, mas de peso: O Vertigo, Frankfurt Ballett e Merce Cunningham Dance Company. Segundo a empresária Maria Rita Osorio Stumpf, responsável pela série, a mudança de governo e a situação econômica mundial impedem, por enquanto, a confirmação de apresentações fora de São Paulo e do Rio (assim como o repertório); mas não está descartada a chance de se incluir Porto Alegre e Brasília, como nos anos anteriores. Estão previstos também os tradicionais workshops e possivelmente uma produção especial para TV.
A companhia canadense O Vertigo, de Ginette Laurin, já esteve no Brasil em 1996, com "Déluge". Este ano traz "Luna" (2001), sua última criação, em que explora a "face escondida da coreografia".
Dos grupos, o Frankfurt Ballett é o mais esperado -seja por nunca ter vindo ao Brasil, seja pelo coreógrafo e diretor americano William Forsythe, uma das figuras de maior prestígio no cenário mundial da dança. Seja ainda pelas recentes turbulências da companhia (cujo subsídio da prefeitura de Frankfurt foi cancelado, selando seu destino a partir de 2004).
Forsythe trabalha com idéias da "desconstrução" voltadas para o campo do movimento. Parte do vocabulário clássico para pôr em xeque a própria idéia da dança. No programa: "The Room As It Was" (2002), "Enemy in the Figure" (1989) e "Quintett" (1993).
A companhia americana de Cunningham, lenda no mundo da dança, virá com programação comemorativa de seus 50 anos.
É pouco, comparado ao número de companhias em anos anteriores. Mas muito em termos de relevância no contexto internacional da dança hoje. (IB)