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FILMES
TV PAGA
"As Invasões Bárbaras" e o mito da geração de 68
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A julgar por "As Invasões
Bárbaras", a geração de 68
sempre esteve envolvida em conflitos de gerações. Na sua época,
batalhava contra as velhas gerações. Hoje (no tempo das "Invasões"), contra as novas.
É como se 68 fosse o centro do
mundo: aquilo que de melhor
produziu a evolução do Ocidente,
a que se seguiria, fatalmente, a decadência. Representante emérito
desse tipo de raciocínio, lá está
Remy. Chegando ao hospital com
doença terminal, nem por isso
deixa de ter uma opinião a dar sobre tudo o que aparece à sua frente. Sobre a freira que prega o cristianismo, sobre o filho arrivista
que só pensa em ganhar dinheiro.
Etc.
Rémy e seus amigos representam bastante bem essa idéia de
superioridade de uma determinada geração. Talvez ela seja melhor
mesmo. Não é isso que vem ao caso discutir, e sim o fato de Denys
Arcand, diretor deste filme, assumir deliberadamente a "verdade"
desse discurso, sem se dar conta
de que isso é apenas um discurso.
Ou seja, a geração de 68 foi contestatória porque é assim que as
coisas se apresentavam naquele
momento. A geração de seu filho
é arrivista e se ocupa apenas de
ganhar dinheiro porque é assim
que as coisas se apresentam. Era
muito fácil para pessoas instruídas conseguir (e preservar) um
emprego há 40 anos.
Se Rémy e seus amigos brandem certezas, o fato é que o mundo é um pouco mais incerto do
que isso. Existe outro filme, "Os
Sonhadores", que não abraça as
certezas nem propaga as facilidades de que "As Invasões Bárbaras" é pródigo. Não é um grande
filme. Mas é mais honesto. E há de
se pensar na honestidade e na integridade como valores que 68,
afinal, prezava muito.
Invasões Bárbaras
Quando: hoje, às 17h no Telecine Premium
TV ABERTA
"Máquina Mortífera" garante ação e diversão
Meu Marciano Favorito
SBT, 13h.
(My Favourite Martian). EUA, 1999, 93
min. Direção: Daniel Petrie. Com Jeff
Daniels. Produtor de telejornal de TV, às
voltas com afetos confusos em relação a
duas garotas, topa ainda com um
marciano simpático que precisa, entre
outras coisas, fugir da Nasa.
Beethoven, o Magnífico
Globo, 13h.
(Beethoven). EUA, 1992, 87 min. Direção:
Brian Levant. Com Charles Grodin.
Beethoven, o cachorro de raça São
Bernardo, escapa de uma loja de animais
e escolhe a própria família. Grodin lhe dá
acolhida. Vai se arrepender quando
descobre que o cachorro não pára mais
de crescer.
Nadando em Dinheiro
Cultura, 16h.
Brasil, 1952, 90 min. Direção: Abílio
Pereira de Almeida. Com Mazzaropi.
Como bem indica o título, tudo aqui gira
em torno da hipótese do pobre Isidoro
(isto é, Mazzaropi) ficar subitamente rico.
As virtudes e limites de Mazzaropi estão
presentes (do carisma ao tipo imutável)
neste seu segundo filme na Vera Cruz.
P&B.
Perigo Iminente
Record, 20h25.
(Imminent Danger). EUA, 1999, 95 min.
Direção: Catherine Cyran. Com Connie
Sellecca. Casal de bem resolve ajudar
homem ferido, levando-o para um
hospital. Problema: o cara era um
bandido, e seus colegas não querem
gente se metendo em sua vida.
Condenação Brutal
Bandeirantes, 20h30.
(Lock Up). EUA, 1989, 115 min. Direção:
John Flynn. Com Sylvester Stallone.
Pouco antes de ser libertado, o
presidiário Stallone é transferido para
outra cadeia, onde o diretor pretende
fazer de sua vida o inferno habitual nesse
tipo de filmes. Apesar do argumento
banal e de lutar contra Stallone, Flynn
tira daí uma aventura visível.
Máquina Mortífera
SBT, 22h30.
(Lethal Weapon). EUA, 1987, 110 min.
Direção: Richard Donner. Com Mel
Gibson. Primeiro encontro entre o
policial atiradísso (Gibson) e seu parceiro
cauteloso (Glover), aqui enfrentando
perigosa quadrilha de ex-combatentes.
Muita ação e algum humor garantem a
diversão.
Matar ou Morrer
Bandeirantes, 0h30.
(High Noon). EUA, 1952, 85 min. Direção:
Fred Zinnemann. Com Gary Cooper. Gary
é o xerife que convoca a cidade para
ajudá-lo, quando bandidões que no
passado ele prendeu preparam-se para
voltar. Se Zinnemann afronta a tradição
individualista do faroeste, nem por isso
merecia ter seu filme exibido em versão
colorizada.
O Resgate do Soldado Ryan
Globo, 1h15.
(Saving Private Ryan). EUA, 1998, 170
min. Direção: Steven Spielberg. Com
Tom Hanks. A invasão da Normandia
segundo Spielberg e o posterior resgate
de soldado, que deve retornar para casa,
já que todos os seus irmãos foram
mortos em combate. O início, a invasão,
é forte, sobretudo pelo trabalho de som.
Depois, em plena guerra, o
sentimentalismo triunfa.
Complicações Amorosas
SBT, 1h30.
(Love Jones). EUA, 1997, 104 min.
Direção: Theodore Witcher. Com Larenz
Tate. Os encontros e desencontros entre
um jovem poeta (Tate) e sua namorada
(Long), ambos negros e de classe média.
Frankie e Johnny
SBT, 3h30.
(Frankie and Johnny). EUA, 1991, 117
min. Direção: Garry Marshall. Com Al
Pacino, Michelle Pfeiffer. Ex-presidiário
(Pacino) consegue emprego em Nova
York como cozinheiro. Solitário,
apaixona-se por garçonete complicada
(Pfeiffer).
(IA)
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