São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 2006

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O invasor


James Murphy, líder do LCD Soundsystem, fala sobre show da banda em festival em São Paulo, dia 13 de maio

Rogério Cassimiro - 11.set.2004/Folha Imagem
James Murphy, vocalista do LCD Soundsystem, em show em SP


THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

O tal "maior festival de música eletrônica da América Latina" vai ser invadido por um penetra. Ainda bem. O Prodigy é o nome popular do Skol Beats, que acontece em 13 de maio no complexo do Anhembi, em São Paulo, mas a banda a não ser perdida é a roqueira LCD Soundsystem.
Criada e liderada pelo vocalista/produtor James Murphy, o LCD Soundsystem foi a banda que praticamente empurrou para as massas essa história de "disco punk", do rock falando a mesma língua que a dance music.
Mais do que isso, James Murphy é fundador do selo DFA (Death from Above), que colocou bandas como The Rapture, !!! (lê-se chik, chik, chik) e The Juan McLean nas pistas de dança do mundo inteiro.
O LCD Soundsystem já tocou no Brasil, em 2004, no festival sonarsound. Na ocasião, o grupo se apresentou no mesmo horário do lendário DJ americano Jeff Mills, e não tinham lançado ainda o álbum de estréia. No mês que vem, a situação será bem diferente. Várias das canções do grupo, como "Tribulations", "Too Much Love" e "Disco Infiltrator", já são bem conhecidas do público, tanto nas versões originais como nos remixes feitos para as pistas. É, na essência, rock para dançar (veja na página E4 as atrações do festival, com os horários e preço).
A banda ganhou boa atenção em 2002, com o single "Losing my Edge", manifesto em que Murphy ataca esnobes musicais.
Além do Brasil, o LCD Soundsystem se apresenta também na Argentina. Serão os únicos shows da banda neste ano. Porque James Murphy já está preparando o próximo álbum do grupo, que deve sair em 2007.
Murphy é o cabeça da banda. É ele quem escreve todas as letras e cria as canções. Nas turnês, o grupo é formado pelo baixista Tyler Pope (das bandas !!! e Out Hud), pelo guitarrista Phil Mossman, pela tecladista Nancy Whang e pelo baterista Pat Mahoney.
Neste mês, Murphy colocou em sites de download o disco "Introns", álbum com lados B, versões raras e remixes da canções da banda. O disco está disponível para compra apenas pela internet.
Na semana passada, James Murphy falou à Folha, por telefone. Aos 36 anos, mesmo sendo um dos artistas mais requisitados do mundo pop, ele diz que já se sente velho e ultrapassado. Veja o que ele tem a dizer sobre sua banda e sobre a inclusão do rock nas pistas de dança.

Folha - O LCD Soundsystem tocou em um festival no Brasil há dois anos. Gostou do show?
James Murphy -
Tive uma dor de cabeça terrível no dia, mas o show foi bom.

Folha - No ano passado, vocês tocaram no Reading, na Inglaterra, que é basicamente um festival roqueiro. Já o Skol Beats é mais eletrônico. Você vê diferença entre tocar nos dois tipos de eventos?
Murphy -
Gosto de tocar em festivais bons, não importa se sejam roqueiros ou eletrônicos. Tive experiências boas tocando em festivais eletrônicos, com público realmente animado, com o espírito aberto. Mas também já estive em alguns festivais horríveis, comerciais demais. Sentia como se estivesse perdendo meu tempo ali.


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