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Crítica/ "O Livro da Arte"
Obra é referência consistente sobre a história das artes
Livro traz biografias e principais trabalhos de 500 pintores e escultores, mas esquece artistas nacionais significativos
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
"O Livro da Arte", publicado originalmente pela editora
inglesa Phaidon, em 1994, é já
um clássico para a consulta rápida sobre a biografia e principais características de 500 artistas que compuseram boa
parte da história da arte nos últimos 600 anos.
Agora, a Publifolha relança a
publicação, após uma edição de
bolso organizada no Brasil pela
editora Martins Fontes, em
1999. A nova edição tem formato maior, o que valoriza mais o
caráter imagético que, de fato, é
uma das principais vantagens
da publicação, contando a história da arte através de grande
parte de suas obras mais significativas em boas reproduções.
Em tempos de consulta permanente na internet, seja na
Wikipédia ou outros sites, "O
Livro da Arte" segue com uma
vantagem: a fidedignidade das
informações, com datas e nomes, quando no universo virtual ainda há muita falha para
tal tipo de pesquisa.
A publicação é basicamente
uma enciclopédia visual, organizada em ordem alfabética pelos nomes dos artistas, com um
verbete por página. Em cada
uma, há uma obra representativa de sua produção. Marcel Duchamp (1887-1968), por exemplo, aparece com o famoso urinol de porcelana, de 1917, no
qual assina como R. Mutt. Na
página há uma resumida biografia do artista, suas principais
características e ainda uma lista de artistas que possuem alguma vinculação com sua obra.
Isso ocorre com todos os 500
artistas presentes na publicação, dos grandes nomes do gótico, como o holandês Claus Sluter (1380-1405), até destacados
criadores contemporâneos, como os norte-americanos Cindy
Sherman e Bill Viola.
"O Livro da Arte" traz ainda
um sintético glossário de termos técnicos e outro de movimentos artísticos, além de uma
lista dos principais museus no
mundo que guardam as obras
representadas na publicação,
sem mencionar o Museu de Arte de São Paulo, o Masp, que
possui muitos dos artistas italianos e modernos apresentados na publicação.
Essa, aliás, é uma questão
que merece ser observada em
"O Livro da Arte". Sendo uma
edição brasileira, há ausências
significativas, como Tarsila do
Amaral (1886-1973), especialmente em sua fase antropofágica, hoje uma referencia internacional, ou mesmo nomes
contemporâneos como Hélio
Oiticica (1937-1980) e Lygia
Clark (1920-1988), já agregados
a outros compêndios similares.
Afinal, se a publicação abarca
nomes do muralismo mexicano, como José Clemente Orozco (1883-1949), ou norte-americanos que se destacaram nos
anos 1980, como Jean-Michel
Basquiat (1960-1986), a falta
dos citados nomes nacionais
torna-se mais evidente.
Mesmo assim, o livro continua uma referência importante
para uma consulta ligeira, mas
consistente, como toda obra
enciclopédica dessa natureza.
O LIVRO DA ARTE
Autor: Vários
Tradução: Maria da Anunciação Rodrigues
Editora: Publifolha
Quanto: R$ 66 (512 págs.)
Avaliação: ótimo
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