São Paulo, domingo, 27 de março de 2011 |
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Edital foi baseado em estudos de cientistas políticos DE SÃO PAULO Em 2008, o Programa Mais Cultura Audiovisual, subordinado ao MinC, realizou o seminário "Juventude e Teledramaturgia". Do encontro, com acadêmicos, roteiristas e executivos da televisão, surgiu o edital que escolheria as três séries a serem transmitidas na TV Brasil. Os termos do edital, como o que diz que "nos noticiários os jovens (principalmente das classes populares) aparecem sempre como desordeiros e violentos", foram baseados principalmente em dois estudos, dos cientistas políticos Carlos Novaes e Regina Novaes. À Folha, Carlos Novaes, autor do texto "Teledramaturgia em TV Pública para Jovens Brasileiros das Classes C, D e E", disse que esse público "só costuma ser contemplado em programas voltados ao escracho". Regina Novaes, autora do texto "Juventude, Juventudes - Jovens das classes C e D frente aos Dilemas de sua Geração", concorda com a necessidade do edital. "Fora a MTV, a juventude costuma aparecer de duas formas: nas novelas, como adolescentes dourados, e nos noticiários, como pessoas perigosas." Ricardo Hofstetter, autor principal de "Malhação ID", transmitida na Globo no ano passado, diz que o argumento de que as classes C, D e E não são retratadas é "verdadeiro, mas não tanto". Ele explica: ""Malhação" se passa em uma escola particular, mas é do interesse da Globo que a série atinja todos os públicos, de classe A a E". Hofstetter considera a iniciativa do edital nobre. "Mas é uma incógnita se funcionará", diz. "O Joãosinho Trinta tem aquela máxima de que pobre não gosta de pobreza. Tenho medo de que o público, ao ver as séries, diga: "Mas isso não me interessa; já vejo todo dia'". (RK) Texto Anterior: TV Brasil terá séries com personagens de classes C, D e E Próximo Texto: Opinião: Apesar da tutela estatal, seriados são entretenimento de qualidade Índice | Comunicar Erros |
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