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EXPOSIÇÃO
Mostra recebe Icograda Week em evento paralelo
7ª Bienal de Design Gráfico avalia o impacto do setor no dia-a-dia
LUCRECIA ZAPPI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A 7ª Bienal de Design Gráfico de
São Paulo não se caracteriza apenas por apresentar uma galeria
com 369 obras bem instaladas,
mas por ser uma máquina de pensamento com forte sentido social.
Com abertura hoje, a Bienal
acontece num clima de laboratório, num intercâmbio cultural e
material, respaldada pelo evento
paralelo inédito Icograda Design
Week, que reúne grandes nomes
do design internacional.
O IDW foi concebido através da
parceria da Associação de Designers Gráficos do Brasil (ADG) e a
da Icograda, principal entidade
mundial do setor.
"Toda a bienal tem uma alma,
depende de quem a faz. O "zeitgeist" [espírito da época] de nossa
Bienal é questionar o impacto do
design no ambiente social, ecológico e econômico", diz o designer
Marcelo Aflalo, coordenador-geral da Bienal e do Icograda.
Aflalo observa a diminuição
neste ano de projetos gráficos para produtos, segundo ele, "menos
éticos". "Antes, as embalagens de
cigarro enchiam as bienais. Agora
só tem uma, tímida, como quem
pede desculpas."
O que também caracteriza a
evolução do design, além das conquistas técnicas e sociais, é uma
nova orientação das tendências,
em que o clássico eixo "Paris-Londres-Nova York" parece estar
com seus dias contados, como diz
o sul-africano Garth Walker.
O designer é um dos participantes da Conferência Internacional
Fronteiras, dentro do Icograda,
ao lado de Kurnal Rawat (Índia)
ou de Max Bruinsma (Holanda).
Essa "nova geografia" não surge
por acaso. "A diversidade cultural
enriquece nossas vidas, e nós não
queremos parecer-nos uns com
os outros", diz Mervyn Kurlansky, presidente da Icograda.
"Nossa preocupação é trocar informação e incentivar todos a
participar de eventos como esse.
Neste sentido, São Paulo está sendo vanguardista", diz Kurlansky.
Uma das conferencistas nos
dias 29 e 30 é Alison Joy Page.
Descendente de aborígines, trabalha num escritório em Sydney,
onde desenvolve projetos com a
participação de sua comunidade.
"Sou uma aborígine urbana,
cresci na cidade onde estudei design de interiores. É importante
não cair em estereótipos: é um desafio levar nossa cultura viva para
o mundo contemporâneo", diz.
Rawat, fundador do renomado
escritório Grandmother Design,
fala sobre suas experiências na
área de tipografia, a partir dos padrões visuais da favela de Bombai.
Dentro da Bienal, haverá amanhã
um encontro latino-americano.
"Gostaríamos que fosse uma bienal latino-americana, porque o
Brasil é importante na visibilidade do design da América Latina,
mas o continente é muito mais do
que isso", diz Aflalo.
7ª BIENAL DE DESIGN GRÁFICO DE
SÃO PAULO. Quando: de hoje a 30 de
maio. Onde: Memorial da América Latina
- galeria Marta Traba (av. Auro Soares de
Moura Andrade, 664, Barra Funda, SP,
tel. 0/xx/11/3361-3056, de ter. a dom.,
das 9h às 18h). Quanto: entrada franca.
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