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HISTÓRIA
Especial sobre Primeira Guerra remete ao Iraque
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Bons historiadores reconhecem
que, ao escrever sobre o passado,
refletem o presente, como acontece com qualquer ser humano que
reflita sobre o que passou. O episódio sobre a Primeira Guerra
desta série abusa dessa prerrogativa. O atual conflito no Iraque é a
sombra nada discreta agora.
Se fosse trocado "guerra na Europa" por "guerra no Iraque", o
programa continuaria fazendo
sentido. Narra-se como "americanos espionavam americanos", como agora; e como o Exército dos
EUA estava despreparado para o
que viria pela frente, como agora.
O tema básico aqui não é a guerra como um todo, mas a entrada
americana nela em abril de 1917.
O presidente Woodrow Wilson
(1856-1924) havia sido reeleito
com a promessa de manter o país
fora do conflito, que se arrastava
desde 1914. Apesar de neutralista,
também era pró-britânico (sua
mãe era inglesa).
Wilson "torcia" pelos aliados
sem se envolver em combates, ao
mesmo tempo que vendia munição e comida para eles. Quando
os alemães iniciaram uma guerra
submarina sem restrições, passaram a morrer americanos no mar
em grande quantidade. E a guerra
foi declarada, apesar de largos
segmentos da população serem
contra -caso dos americanos de
origem alemã e irlandesa, cujo
país de origem estava sob domínio britânico.
O programa deixa claro como a
guerra era impopular em 1917, assim como não há consenso sobre
a atuação no Iraque desde 2003.
"Em tempo de guerra, o patriotismo significa a supressão da verdade", disse o poeta e capitão do
Exército britânico Siegfried Sassoon (1886-1967).
Essa ênfase na crítica cria um
problema. Fica-se com a impressão de que tanto faz quem vence,
o que não é verdade. Em toda
guerra, sempre há um lado pior,
cuja vitória seria pior. Foi melhor
para o mundo os aliados terem
vencido em 1918.
Revelações - Segredos da
Primeira Guerra Mundial
Quando: hoje, às 15h, no The History
Channel
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