São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 2006

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PANORÂMICA

ILUSTRADA


Juiz que inocentou Dan Brown em processo de plágio usou "código" no veredicto
O juiz britânico Peter Smith, que presidiu o julgamento do processo de plágio movido contra Dan Brown, autor de "O Código Da Vinci", colocou um código no texto do veredicto, que acabou inocentando o escritor. A suspeita foi levantada por advogados de Londres e Nova York que, desde a divulgação do resultado, no dia 7 de abril, notaram que as letras de algumas palavras do documento estavam em itálico. Smith disse que "provavelmente" confirmaria a existência de um código, caso alguém o decifrasse.
"Não posso discutir o julgamento. Mas não vejo por que um veredicto não pode ser divertido", declarou Smith à agência de notícias Associated Press. "[As letras em itálicos] não parecem erro de datilografia, né?"
Smith se destacou durante o julgamento por conta das observações espirituosas que quebraram o gelo do processo. Ao todo, seu documento tem 71 páginas. No primeiro dos 360 parágrafos do texto, a palavra "claimants" [reclamante, requerente] aparece com o "s" em itálico. E as letras em itálico nos primeiros sete parágrafos formam as palavras "Smithy Code" [algo como código de Smith].
O advogado Dan Tench, da firma de advocacia londrina Olswang, notou o código quando viu pela primeira vez as letras em itálico do documento, numa versão colocada na internet.
"Acho que ele estava entrando no espírito da coisa. [O código] não tira a validade do documento. Ele estava apenas se divertindo um pouco", diz Tench.
O advogado Mark Stephens garante que tentará quebrar o código de Smith:
"Os juízes são conhecidos por escrever veredictos muito sofisticados e engraçados. A tendência já existe há algum tempo: um fez um texto com rimas, outro em pares de versos. É algo que acrescenta um pouco de humor ao que seria um texto árido. Há um precedente", brinca.
Publicado no Brasil pela editora Sextante, "O Código Da Vinci" vendeu mais de 40 milhões de cópias no mundo todo. No processo, cujo julgamento Smith comandou, Brown havia sido acusado de ter plagiado "O Santo Graal e a Linhagem Sagrada", de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln. O livro foi lançado originalmente em 1982, publicado no Brasil em 1993 pela Nova Fronteira, que reeditou o título recentemente.

Com agências internacionais


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