São Paulo, sexta-feira, 27 de abril de 2007

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CDs

MPB
Você e Eu
TERESA SALGUEIRO
Gravadora:
EMI; Quanto: R$ 35, em média; Avaliação: bom
Vocalista do grupo português Madredeus, Teresa Salgueiro é, há tempos, fã assumida de música brasileira. Depois de um disco de colaborações dois anos atrás, a cantora agora lança seu primeiro disco solo, com dez Tom Jobins, três Ary Barrosos, dois Dorival Caymmis, dois Chico Buarques, um Pixinguinha e assim por diante, só de músicas brasileiras. Cantando sem sotaque, com sua voz cristalina e classicista, ela se cercou de músicos brasileiros e clima jazzístico para criar interessantes arranjos -essencial para fazer valer repertório já tão conhecido. O resultado é algo entre Luciana Souza e Carmen Miranda, Mônica Salmaso e Amália Rodrigues.
POR QUE OUVIR: Dizer que ela acrescenta nova visão às músicas que canta talvez seja exagero, mas não deixa de ser curioso ouvir uma portuguesa -tão longe, tão perto- interpretando com afeição músicas que conhecemos de cor e salteado. (RONALDO EVANGELISTA)

MPB
11:11
TITA LIMA
Gravadora:
Belú Music; Quanto: não divulgado (informações: info@belumusic.net) Avaliação: regular
Filha do produtor e ex-baixista dos Mutantes Liminha, a paulista Tita Lima lançou este seu primeiro disco solo no ano passado, inicialmente nos EUA. Agora, em 2007, ela tenta a sorte aqui no Brasil e, mesmo que a referência mais imediata seja a cantora Céu, Lima é, menos que seguidora de tendências, uma companheira de cena. Ainda que siga a surrada cartilha do jazz-bossa nova, "11:11" busca um mínimo de originalidade e faz uma guinada mais forte ao hip hop e ao samba "de verdade". O time de colaboradores inclui a modernidade de Kassin, Tatá Aeroplano, Apollo Nove, Bocato, entre outros.
POR QUE OUVIR: apesar da produção, que mantém certo ar "chique, cool e descolado", com Tita Lima, a tal cena paulistana da nova MPB começa a tomar forma mais volumosa. (BRUNO YUTAKA SAITO)

Pop
Eu Não Sou Cachorro, Mesmo
VÁRIOS
Gravadora:
Allegro; Quanto: R$ 26, em média; Avaliação: bom
Após o tributo ao cantor e compositor Odair José no ano retrasado, a independente Alegro segue adiante no território do brega/cult. "Eu Não Sou Cachorro, Mesmo" coloca Waldick Soriano na capa e revê canções do imaginário romântico e cafona dos anos 70. Entre os bons destaques, Clube do Balanço e Luis Vagner em "Como?"; Lula Queiroga e China em "Impossível Acreditar que Perdi Você" (Márcio Greyck) e Frank Jorge em "Dama de Vermelho" (Waldick Soriano).
POR QUE OUVIR: é necessário levar em conta que essa história de transformar em ouro o que ontem era lixo tem dois lados. Por um, corrige injustiças históricas; por outro, faz o elogio da ruindade, apenas por farra. Este tributo balança para os dois lados e fica no empate. (BYS)

Samba
Samba para os Amigos
CAIO BASSITT
Gravadora:
independente (www.caiobassitt.com.br); Quanto: R$ 22, em média; Avaliação: bom
O paulista Caio Bassitt, 24, tocava blues e rock com sua guitarra na adolescência. Mudou de rumo e se dedicou ao violão ao conhecer a grandeza de Noel Rosa, Nelson Cavaquinho e Paulinho da Viola. O resultado é o bom CD "Samba para os Amigos". Bassitt ainda está em formação como cantor e compositor, oscilando entre criações interessantes ("Lei do Tormento") e outras mais frágeis ("Vinho de Dionísio"). Mas estréia bem acompanhado de Fabiana Cozza, que divide os vocais em "Pra Você" e na faixa-título, e por Delcio Carvalho, autor da letra e co-intérprete de "Meu Lamento Vai". Os sambas em tom de lamento predominam.
POR QUE OUVIR: Bassitt mostra potencial e coragem, buscando caminhos peculiares em melodias e letras. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

Pop
Twelve Stops and Home
THE FEELING
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 35, em média; Avaliação: ruim
A música deste quinteto britânico é perfeita para ser tocada em rádios pop. São canções com melodias razoavelmente bem estruturadas, que não agridem o ouvinte e possuem letras leves e românticas. Não à toa, o Feeling foi a banda mais tocada nas rádios da ilha em 2006. É muitas vezes jogada no mesmo saco de Coldplay e Keane, mas não tem o apelo pop do primeiro nem os arranjos detalhistas do segundo. A melhor coisa deste primeiro disco do grupo -que vendeu horrores na Inglaterra- é o single "Fill My Little World", com seu clima ensolarado e alegre, levado por teclado. Uma curiosidade: o vocalista Dan Gillespie Sells virou notícia no ano passado ao dizer não apenas que é gay mas que foi criado por um casal de lésbicas.
POR QUE NÃO OUVIR: Tirando "Fill My Little World", tudo é muito insípido, plastificado, esquecível.
(THIAGO NEY)


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