São Paulo, domingo, 27 de abril de 2008

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Humoristas influenciam campanha

Amy Poehler e Tina Fey fazem esquetes apontados como favoráveis a Hillary Clinton e atuam em filme

TETÉ RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NOVA YORK

Agora juntas num filme, Amy Poehler e Tina Fey são os dois nomes femininos mais em alta no vasto mercado de comediantes da TV americana. São também dos mais polêmicos, porque acabaram se envolvendo na batalha da qual sairá o candidato do Partido Democrata à Casa Branca.
Poehler é conhecida pelo humorístico "Saturday Night Live". Ao lado de Seth Meyers, no quadro "Weekend News Update", satiriza notícias da semana, e vem criando alvoroço por causa dos esquetes em que interpreta Hillary Clinton (usando peruca e terninhos de cores sóbrias).
O programa de 23 de fevereiro fez história ao satirizar a suposta diferença de tratamento da imprensa a Barack Obama e Hillary nos debates: o primeiro seria um pop star e a segunda, uma pedra no caminho.
O quadro gerou páginas e páginas de comentários em jornais e revistas, e vem sendo apontado como um ponto de inflexão no olhar da imprensa sobre Hillary nesta campanha.
"A mídia fica falando que, se a Hillary ganhar na Pensilvânia [como aconteceu, de fato, no dia seguinte à entrevista à Folha], vai ser porque a atitude dos jornalistas em relação a Obama mudou depois daquele esquete. Não concordo. Os jornalistas podem até ter mudado um pouco, mas ninguém muda seu voto por causa disso", disse Poehler na última segunda-feira, em Nova York.

Hillary no ar
A ex-primeira-dama gostou tanto do esquete que foi ao programa no sábado seguinte contracenar com Poehler, além de, segundo se comentou, perguntar ao elenco e aos produtores se poderia usar o quadro como uma indicação de apoio à sua candidatura.
"Isso não aconteceu de verdade", disse Poehler. "O esquete apontou uma coisa que estava acontecendo, mas que ainda não tinha sido comentada por ninguém. Por isso, gerou tanta polêmica. Mas foi feita apenas para ser engraçada. O "Saturday Night Live" não apóia nem deixa de apoiar nenhum candidato", afirmou.
No mesmo programa de 23 de fevereiro, a convidada da noite era Tina Fey, ex-roteirista principal do "Saturday Night Live", tendo sido a primeira mulher a ocupar a função, e atual atriz e roteirista do seu próprio seriado cômico, "30 Rock" -exibido no mesmo canal, NBC, tendo Alec Baldwin como um executivo republicano e passado nos bastidores de um programa humorístico do estilo "Saturday Night Live".
Fey quase declarou seu apoio a Hillary e disse frases cheias de duplo sentido. A que ficou mais famosa foi "Bitches get things done", algo como "as vacas fazem as coisas", que tem conotação sexual, mas se refere mais, no caso, a uma mulher chata, mandona. O slogan acabou estampado em camisetas de eleitores de Hillary.
A atriz disse à Folha não ter problema nenhum com o termo "bitch". "Sei que faço muitas coisas e também sei que não sou fácil de conviver. Então, se alguém quiser dizer isso de mim, fique à vontade."
E rejeitou a idéia de que esteve para anunciar na TV seu apoio à ex-primeira-dama. "A intenção não foi dar um empurrãozinho para a campanha da Hillary. Minha função é fazer as pessoas rirem."
Mas a outra frase que fez barulho foi "Bitch is the new black", algo como "Vacas são o novo preto", alusão à frase já tradicional no mundo da moda -que a cada estação elege uma cor para ser "o novo preto"- e, é claro, a Obama.

O filme
As duas atrizes estão juntas na comédia "Baby Mama", escrita para elas por Michael McCullers, também diretor do longa que estreou anteontem nos Estados Unidos e tem chegada ao Brasil prevista para 29 de agosto.
Na história, Fey é uma executiva de uma rede de supermercados de comida orgânica que, aos 37 anos, decide ser mãe. Após várias tentativas de inseminação artificial (ela é solteira e não tem namorado no começo da história), descobre que tem uma chance em um milhão de engravidar, por causa do formato do seu útero.
Pensa em adotar, mas descobre que o processo pode demorar até cinco anos. Então, parte para uma barriga de aluguel. Por meio de uma agência, conhece a personagem de Poehler, Angie Ostrowiski, uma garota de classe média baixa que aceita a função em troca de US$ 10 mil a receber após o parto.


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