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Humoristas influenciam campanha
Amy Poehler e Tina Fey fazem esquetes apontados como favoráveis a Hillary Clinton e atuam em filme
TETÉ RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM NOVA YORK
Agora juntas num filme, Amy
Poehler e Tina Fey são os dois
nomes femininos mais em alta
no vasto mercado de comediantes da TV americana. São
também dos mais polêmicos,
porque acabaram se envolvendo na batalha da qual sairá o
candidato do Partido Democrata à Casa Branca.
Poehler é conhecida pelo humorístico "Saturday Night Live". Ao lado de Seth Meyers, no
quadro "Weekend News Update", satiriza notícias da semana,
e vem criando alvoroço por
causa dos esquetes em que interpreta Hillary Clinton (usando peruca e terninhos de cores
sóbrias).
O programa de 23 de fevereiro fez história ao satirizar a suposta diferença de tratamento
da imprensa a Barack Obama e
Hillary nos debates: o primeiro
seria um pop star e a segunda,
uma pedra no caminho.
O quadro gerou páginas e páginas de comentários em jornais e revistas, e vem sendo
apontado como um ponto de
inflexão no olhar da imprensa
sobre Hillary nesta campanha.
"A mídia fica falando que, se a
Hillary ganhar na Pensilvânia
[como aconteceu, de fato, no
dia seguinte à entrevista à Folha], vai ser porque a atitude
dos jornalistas em relação a
Obama mudou depois daquele
esquete. Não concordo. Os jornalistas podem até ter mudado
um pouco, mas ninguém muda
seu voto por causa disso", disse
Poehler na última segunda-feira, em Nova York.
Hillary no ar
A ex-primeira-dama gostou
tanto do esquete que foi ao programa no sábado seguinte contracenar com Poehler, além de,
segundo se comentou, perguntar ao elenco e aos produtores
se poderia usar o quadro como
uma indicação de apoio à sua
candidatura.
"Isso não aconteceu de verdade", disse Poehler. "O esquete apontou uma coisa que estava acontecendo, mas que ainda
não tinha sido comentada por
ninguém. Por isso, gerou tanta
polêmica. Mas foi feita apenas
para ser engraçada. O "Saturday
Night Live" não apóia nem deixa de apoiar nenhum candidato", afirmou.
No mesmo programa de 23
de fevereiro, a convidada da
noite era Tina Fey, ex-roteirista principal do "Saturday Night
Live", tendo sido a primeira
mulher a ocupar a função, e
atual atriz e roteirista do seu
próprio seriado cômico, "30
Rock" -exibido no mesmo canal, NBC, tendo Alec Baldwin
como um executivo republicano e passado nos bastidores de
um programa humorístico do
estilo "Saturday Night Live".
Fey quase declarou seu apoio
a Hillary e disse frases cheias de
duplo sentido. A que ficou mais
famosa foi "Bitches get things
done", algo como "as vacas fazem as coisas", que tem conotação sexual, mas se refere mais,
no caso, a uma mulher chata,
mandona. O slogan acabou estampado em camisetas de eleitores de Hillary.
A atriz disse à Folha não ter
problema nenhum com o termo "bitch". "Sei que faço muitas coisas e também sei que não
sou fácil de conviver. Então, se
alguém quiser dizer isso de
mim, fique à vontade."
E rejeitou a idéia de que esteve para anunciar na TV seu
apoio à ex-primeira-dama. "A
intenção não foi dar um empurrãozinho para a campanha
da Hillary. Minha função é fazer as pessoas rirem."
Mas a outra frase que fez barulho foi "Bitch is the new
black", algo como "Vacas são o
novo preto", alusão à frase já
tradicional no mundo da moda
-que a cada estação elege uma
cor para ser "o novo preto"- e,
é claro, a Obama.
O filme
As duas atrizes estão juntas
na comédia "Baby Mama", escrita para elas por Michael
McCullers, também diretor do
longa que estreou anteontem
nos Estados Unidos e tem chegada ao Brasil prevista para 29
de agosto.
Na história, Fey é uma executiva de uma rede de supermercados de comida orgânica que,
aos 37 anos, decide ser mãe.
Após várias tentativas de inseminação artificial (ela é solteira
e não tem namorado no começo da história), descobre que
tem uma chance em um milhão
de engravidar, por causa do formato do seu útero.
Pensa em adotar, mas descobre que o processo pode demorar até cinco anos. Então, parte
para uma barriga de aluguel.
Por meio de uma agência, conhece a personagem de Poehler, Angie Ostrowiski, uma garota de classe média baixa que aceita a função em troca de US$
10 mil a receber após o parto.
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