São Paulo, terça-feira, 27 de abril de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lygia Clark é destaque de leilão na Inglaterra

Obras brasileiras arrecadaram 1 milhão em evento com peças de países do Bric

Fechamento de espaço aéreo europeu desfalcou lote e impediu chegada de trabalhos de Nelson Leirner e Artur Barrio, entre outros


JÚLIA BOLLIGER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LONDRES

A escultura "Bicho", da série de Lygia Clark, foi a mais disputada e a quarta maior venda do leilão de peças dos países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), que aconteceu na sexta e no sábado em Londres.
Os lances superaram rapidamente o preço máximo de 220 mil (aproximadamente R$ 591,8 mil) em que foi avaliada, fechando em 367,2 mil (R$ 987,7 mil), um dos mais altos da primeira noite.
O evento aconteceu na Saatchi Galery e foi organizado pela casa russa Phillips de Pury. Com o salão lotado para a primeira venda, dezenas de assistentes disputaram ao telefone lances em nome de grandes colecionadores.
De todo o leilão, o maior arremate foi o do quadro russo "Entrance-No Entrance", de Erik Bulatov, vendido por 713,2 mil (R$ 1,9 milhão), seguido por "Meeting Between Solzhenitsyn and Böll at Rostropovich's Country House", de Komar & Melamid, arrematado sob aplausos por 657,2 mil (R$ 1,76 milhão), cerca de quatro vezes o preço estimado.
No total, os rendimentos foram de cerca de 7,1 milhões (R$ 19 milhões).
Os outros destaques brasileiros da primeira noite foram "Maria, Esmeraldo, Pomela, Nacimento, Valdelios e Amildala", da dupla Osgemeos, e um dos "Metaesquemas", de Hélio Oiticica. O quadro dos grafiteiros foi arrematado por lance de 37,2 mil (R$ 100 mil) e o de Oiticica, por 103,2 mil (R$ 276,5 mil), ambos acima do valor esperado.
No sábado, quem queria ver obras de Lygia Pape, Cildo Meireles ou Wesley Duke Lee foi prejudicado, pois as cinzas do vulcão Eyjafjallajokull impediram o embarque de lotes brasileiros. Trabalhos de Artur Barrio, Nelson Leiner, Carmela Gross, Mira Schendel e Miguel Rio Branco ficaram de fora.
Quanto aos outros, um dos mais disputados foi "Sideboard", do designer Giuseppe Scapinelli, avaliado em até 5 mil (R$ 13,5 mil) e vendido por 21,2 mil (R$ 57 mil). A maior venda dos lotes brasileiros (a sexta de todo o evento) foi "Mulatas", de Di Cavalcanti, arrematada por 265,2 mil (R$ 713,4 mil), recorde para um trabalho em papel do artista.
Beatriz Milhazes teve o quadro "Sábado" vendido por 11,2 mil (R$ 30,3 mil) e o maior arremate por uma obra de Vik Muniz foi de 20 mil (R$ 54,2 mil), por "Pelé" -da série "Jogadores de Futebol".
Prejudicada pela ausência de obras, a venda das peças brasileiras teve renda total de 1,1 milhão (R$ 3 milhões). A China rendeu 2,9 milhões (R$ 7,8 milhões); a Rússia, 2,3 milhões (R$ 6,2 milhões), e a Índia, 806,2 mil (R$ 2,2 milhões). Os lotes ausentes serão leiloados em data a definir.


Texto Anterior: Festival Popload Gig 3 terá duo Girls como destaque
Próximo Texto: Alex Atala, do D.O.M., é 18º melhor do mundo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.