São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 2011

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Condephaat vai tombar coleção dos Nemirovsky

Decisão do órgão acata pedido da Pinacoteca

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Foi aberto anteontem pelo Condephaat, órgão estadual de preservação do patrimônio histórico, um estudo de tombamento das obras da coleção Nemirovsky. Até a decisão final da instituição, essas obras já são protegidas por normas de conservação.
De acordo com a decisão desta segunda-feira, as 200 peças da coleção de arte moderna, hoje em exibição na Estação Pinacoteca, não poderão ser separadas umas das outras e devem permanecer em exposição pública.
No parecer do Condephaat, a diretora do órgão, Fernanda Bandeira de Mello, destacou três motivos para o tombamento: o fato de a coleção ser uma "qualificada reunião de obras modernistas", "a exemplaridade do colecionismo paulista" e a "necessidade de manutenção das peças em conjunto".
Cinco das 200 obras do acervo já foram alvo de estudos prévios de proteção pelo Condephaat por sua importância histórica. São as telas "Antropofagia", "Carnaval em Madureira" e "Distância", de Tarsila do Amaral, e "Duas Figuras em Azul" e "Adalgisa e o Artista", do modernista Ismael Nery.
Toda a coleção, que ainda tem obras de Volpi, Guignard, Hélio Oiticica, Lygia Clark e Picasso, está avaliada em cerca de R$ 313 milhões.
Com essa decisão, o Condephaat acata um pedido feito em março pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, em meio à crise que atinge agora a Fundação Nemirovsky.
"A motivação do tombamento foi um eventual risco de que possa haver problemas na administração", disse Bandeira de Mello, do Condephaat, à Folha. "É uma coleção de grande riqueza, e o proponente entendeu que ela estaria em risco."
Os problemas começaram com um pedido da herdeira do acervo, Beatriz Nemirovsky, ao Ministério Público paulista para que afastasse da direção da fundação o presidente Jorge Wilheim e os conselheiros eleitos que estariam violando o estatuto da entidade ao se elegerem para um terceiro mandato.
Na semana passada, Wilheim e demais conselheiros eleitos renunciaram a seus cargos, deixando um vácuo administrativo na fundação.
Novos conselheiros deverão ser indicados por Airton Grazzioli, promotor do MP.


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