São Paulo, sábado, 27 de maio de 2006

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Esporte

Futebol da África ganha registro datado

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

Época de Copa, o telespectador já sabe: é praticamente impossível fugir da avalanche futebolística. Mesas-redondas, entrevistas e melhores momentos monopolizam a TV. E aí até canais pagos não-esportivos entram na onda, como o History Channel, que exibe hoje dois programas da série "Gigantes Adormecidos", sobre o futebol africano. Pior do que uma overdose monotemática é a péssima qualidade do conteúdo que ela martela. Os problemas de "Gigantes" começam na idade: o filme é anterior à Copa de 1994, ou seja, ignora a sensação nigeriana de 98, a ascensão senegalesa em 2002 e a decisão de sediar uma Copa na África. Mas o principal problema é agrupar um continente imenso sob a alcunha de "futebol africano", o mesmo que igualar Brasil, Chile, Argentina e Peru. A partir da generalização, o telespectador "conhece" estilos de jogo tão diversos quanto os de Marrocos e Nigéria, Gana e Moçambique. Todos são igualados pelos estereótipos usuais: futebol alegre, torcida festiva... A gota d'água para os brios do torcedor brasileiro é o patriotismo colonizador inglês, que transforma o "habilidoso" Stanley Matthews em referência do futebol africano, o homem branco que ensinou os negros a driblar. Coisa triste para um esporte cuja maior glória é Pelé.


GIGANTES ADORMECIDOS
Quando: hoje, às 21h
Onde: History Channel



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