São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 2002

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GASTRONOMIA

Almoço com as estrelas


A musa teen Britney Spears inaugura hoje o Nyla, restaurante de toque sulista em Nova York; Moby segue o caminho


SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

Ela é considerada a sucessora da Madonna, aos 20 anos encabeça a lista das cem celebridades mais poderosas da revista "Forbes" e faturou US$ 34 milhões em 2001. O que mais faltava na vida de Britney Spears? Errou quem respondeu boa voz e um estilista melhor.
Como nove em cada dez estrelas do mundo pop, a musa teen resolveu abrir um restaurante, que tem sua inauguração oficial marcada para a noite de hoje, em Manhattan. Entrou, assim, para um grupo que já reúne de Robert de Niro a Cameron Diaz, passando por Jennifer Lopez e Francis Ford Coppola -isso sem contar o fracasso do Planet Hollywood.
Chama-se Nyla, em homenagem às siglas da cidade e do Estado de predileção da falsa loira: Nova York (NY), onde mora parte do tempo, e Louisiana (LA), onde nasceu. E é do último que vem a inspiração do cardápio, sob responsabilidade do chef Michael Perselay.
O cozinheiro diz que não teve de fazer concessões à dona famosa, mas atendeu a um pedido da própria: que o menu incluísse frango frito, bolo de caranguejo e tomates verdes fritos, típicos da culinária sulista. Ele acedeu, mas "sofisticou-os": os tomates chegam com lagosta, e os bolinhos, com purê de batatas e mel de chipotle (jalapeño defumada).
O novo Nyla fica na rua 41, ao lado da Grand Central Station, bem no meio de Manhattan, num lugar não particularmente atraente, que dá vista para a elevação da avenida Park. Faz parte de um hotel renovado, o Dylan, e deve se beneficiar disso, caso a frequência não seja a esperada.
A decoração lembra a de um prostíbulo elegante de New Orleans na virada do século (passado), com toques modernosos deste século mesmo e um telão que fica mostrando imagens de flores. São algumas mesas e várias cabines de sofás vermelhos.
A reportagem da Folha visitou o lugar no começo da semana. A casa vinha passando por um "soft opening", a abertura antes da abertura, em que o serviço é recalibrado e a cozinha faz os ajustes finais. E estes realmente eram necessários, pelo menos em alguns setores vitais.
Por exemplo, nos chamados "sushis sulistas", em que o cozinheiro mistura temperos e gostos de Louisiana com o prato japonês. Assim acaba funcionando o Gulf Roll, que usa a lula de invólucro e a recheia de salmão defumado e pepino. Mas o arroz das outras opções veio empapado.
Melhor sorte têm os já citados tomates verdes fritos com lagosta e o gumbo de carne de caranguejo, entre as entradas. O último vem com a deliciosa (e rara em Nova York) linguiça andouille e um onipresente quiabo, que pode ser encomendado à parte, frito.
Nos pratos principais, coma como a dona (insira aqui sua própria piada): vá de Louisiana Jumbo Lump Crab Cakes, que chegam à mesa sequinhos e com acompanhamentos que dão vida nova a um velho clássico, ou qualquer uma das quatro opções de peixes e frutos do mar, onde a cozinha da casa se sai melhor.
Segundo o sócio da cantora na empreitada, a idéia do Nyla é atrair jovens executivos entre 25 e 40 anos, que estão longe de ser o público-alvo dos CDs da dona. Talvez por isso os alto-falantes da casa berrassem o vozeirão de alguém que já estava em carreira descendente quando Britney era apenas um brilho nos olhos de seus pais: Frank Sinatra.



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